Playful-mess
Rita Sá, uma das novas bloomers do Portugal Fashion, aponta-se como uma das designers mais irreverentes e atuais, preconizando um registo de trabalho muito identitário e concetual,não esquecendo a vertente comercial. Rita Sá apenas se licenciou em 2017, pela Esad-Matosinhos, mas já arrecadou várias menções e prémios pelas suas coleções. De entre as quais a inclusão na plataforma Sangue Novo da Moda Lisboa com a coleção “Diz-Orientation”, de seguida com a coleção “Telhados de vidro”, arrecada o prémio FASHIONCLASH e assegura a participação na Vancouver Fashion Week. Já em 2018, Sá integra a plataforma Bloom do Portugal Fashion, sobre a qual afirma que com os apoios desta organização, poderá atingir uma maturidade acrescida em termos de venda e presença internacional. Ao longo das recentes coleções apercebemo-nos que Rita aposta em multifuncionalidade, em desconstrução dinâmica, numa estética que aporta a um certo minimalismo muito focado na construção das peças, nos detalhes e, sobretudo, no ecoar da estória que quer contar.
No seu último registo, “Casa de ferreiro espeto de pau”, Rita mostra-nos uma postura desleixada, um inacabar propositado, ao longo da coleção vemos peças fora do seu uso normal, detalhes que à partida não aparentam a sua função, etc. Rita remete-nos para uma postura de desmazelo e diferenciação entre quando fazemos algo para outrem ou para nós. Graças a atilhos em várias peças, Rita joga com a possibilidade destas poderem ter ou não bolsos que se aplicam facilmente, e a volumetria oversized leva-nos a um universo sem género. A uniformidade da cor, mais uma vez, ressalta o design e as silhuetas, tendo-se tornado numa imagem de marca.
Rita encontra-se a investir na sua própria marca, enquanto residente do Portugal Fashion, ao mesmo tempo que realiza trabalhos para outras marcas e faz figurinos de teatro.
Texto de Luís Sereno , publicado na PARQ em Maio de 2019
Modelos: José Nogueira (Central Models); Francisca Queirós
Fotografia: Rita Menezes Styling e produção Luís Sereno