Ninguém pensa que um sonho possa cair aos nossos pés, mas a Cláudia e a Bianca, duas irmãs gémeas desafiaram a essa ínfima probabilidade e lançaram-se a pensar nos nossos belos pés com meias de sonho. Procuraram fazer da Kinda Socks uma referência de autenticidade, made in Portugal, numa versão divertida que espicaça a nossa capacidade de extroversão e arrojo. Para as gémeas, o desafio a que se propõem representa antes de mais uma afirmação delas próprias, porque só assim conseguiriam ser felizes.
Quando surgiu a vossa ideia de lançar a Kinda Socks?
A nossa ideia surgiu quando estavamos a trabalhar juntas na área de publicidade para uma empresa. Víamos projetos no ramo da moda e sentíamos que faltava algo no mercado que se diferenciasse pela cor, pela qualidade e pela audácia de querer ser mais e melhor. Desde pequenas que sempre quisemos ter um projeto conjunto e chegou a um ponto em que foi mesmo possível.
Desde pequenas que gostamos de meias diferenciadas e numa viagem a Amesterdão compramos várias meias com símbolos do país. Decidimos dedicar-nos a esta indústria por achar que há muito trabalho a ser feito e porque é uma indústria em ascensão.
Qual era a vossa relação anterior com a industria têxtil?
Por incrível que pareça nenhuma. Somos formadas em comunicação e tiramos vários cursos em design. Tinhamos muita noção do que vende e do quanto a imagem é importante. Agora percebemos que a qualidade do produto é extremamente importante. Sempre quisemos que o produto fosse português e fabricado em fábricas portuguesas.
As pessoas que trabalham connosco na indústria textil formaram-nos bastante e têm imenso background nesta arte. A partir daí estudamos mais a área têxtil, fomos visitar a fábrica que nos produz as meias e aprender todo o processo. Todos os dias são oportunidades para aprendermos mais e mais.
Quando lançaram a marca onde procuraram inspiração?
Procuramos inspiração nas pessoas que nos rodeiam. No que para elas é confortável e gostam de vestir. A nível de design procuramos inspiração na streetwear, em viagens. A inspiração por vezes advém de locais com os quais nem sonhamos e que só no processo criativo é que nos lembramos.
Como se está a realizar o processo criativo e produtivo, do zero ponto de venda?
É muito interessante experienciarmos o processo todo, a parte criativa realmente preenche-nos pois adoramos acompanhar o processo de amostragem, escolha dos materiais, cores e texturas. A divulgação do projeto e todo o marketing inerente é a base da nossa formação por isso passará sempre por nós. No final de contas ninguém compra apenas um par de meias, compra uma experiência.
A venda online é um canal de vendas em que apostamos bastante, no entanto já estamos presentes em vários locais de venda físicos e são sempre parceiros com os quais nos identificamos a nível de valores e estética do ambiente.
Como é a vossa nova coleção?
Versátil. A nossa nova coleção leva o leque de cores a outro patamar, é para alguém que vê o vestuário como algo diferenciador e divertido. Alguém com bastante personalidade e que não tem receio de se destacar porque nesta nova coleção predominam cores fortes e frases com carácter. Todos os dias acordamos com um mood diferente. Porque não termos umas meias para cada ocasião?
Como vcs vêm a relação dos portugueses com as suas meias?
É um país que cada vez mais tem libertado as amarras do passado. As gerações mais novas têm apostado em looks mais ousados e consequentemente meias mais ousadas. Com o passar dos anos, a moda começa a ficar mais acessível a todos. Isto é um dos pontos fulcrais na nossa sociedade. O português mudou muito e está a deixar os receios de arriscar na moda de lado.
É Portugal um país acolhedor de sonhos?
Portugal é sem dúvida acolhedor de sonhos, no nosso caso só fazia sentido fazermos um produto 100% português. Temos fabricantes têxteis altamente qualificados cá, damos muito valor às nossas origens e ao conceito “fabricado em Portugal”. É para nós um motivo de bastante orgulho quando nos assumimos como uma marca 100% portuguesa.
Faz-se realmente coisas muito boas cá, não é um país demasiado pequeno para os nossos sonhos ainda que gostassemos de levar a nossa marca a um carácter internacional mostrando o que de melhor Portugal tem.