A galeria Foco em Lisboa, acolhe Novo Festival
A função central de um festival é criar um contexto que possibilite a ligação entre uma série de acontecimentos a um nível conceptual. Um festival distingue-se substancialmente de um modelo institucional clássico de programação anual. A sua singularidade reside na forma de comunicar ideias complexas num curto período de tempo. Em consequência, o público é exposto a uma variedade de conteúdos adjacentes. Com qualquer projeto cultural ou contexto produzido, há a responsabilidade de equilibrar as necessidades de uma comunidade com a visão curatorial.
NOVO FESTIVAL pretende alcançar este equilíbrio tanto a nível estético como analítico. Foram convidados 8 artistas, cada um com uma prática distinta. 3 artistas visuais, 3 criadores de performance, 2 pensadoras teóricas. No entrelaçamento das suas abordagens aos media e à mensagem, este grupo revela que a transdisciplinaridade não é uma escolha, mas sim uma condição para a criação de futuros culturais integrados no planeta.
Os artistas selecionados de origem portuguesa e estrangeira têm em comum o seu interesse na relação entre o fazer artístico e a responsabilidade ética, e como estes são factores interdependentes no evoluir do cultivo da consciência humana. Se os enquadramentos artísticos e culturais não forem estabelecidos como espaços reais de reflexão sobre a condição humana atual, não haverá outra esfera que torne possível este tipo de realizações sociais e políticas. O dever curatorial consiste em desenvolver estruturas para que os artistas e os públicos criem livremente sem as limitações impostas pelo racismo, sexismo, classismo e xenofobia que flagelam a sociedade.
É de maior importância que os curadores do NOVO FESTIVAL tragam a sua experiência para o debate sobre a “resolução de problemas culturais e sociais através da criação». Curadoria vem de «Curar», cuja origem etimológica reside em «encontrar um remédio». Neste caso, o remédio está na aceitação das diferenças, no apoio mútuo, no cuidado e na validação da expressão artística como uma necessidade para a saúde do ser humano. É com grande consideração que este festival propõe expor verdadeiros talentos nos domínios das artes visuais, da performance e da teoria crítica. Poderá ser também uma oportunidade para estes artistas continuarem o seu trabalho, e para a criação de redes que poderão definir futuros imediatos e duradouros.
NOVO FESTIVAL revela a sinergia entre as artes visuais, a performance e o pensamento crítico. Em tempos de incerteza, a produção artística contemporânea deverá ter como objectivo a formação de comunidades híbridas como um ato de revolta política.
NOVO FESTIVAL é aberto a todos os públicos e contra qualquer forma de discriminação.
Curadores -Josseline Black, Julián Pacomio, Benjamin Gonthier
Programa
06.07 – Opening party – Dj set by Circa Papi
06.07 – 25.07 – “I am a Curious Blue” , Rui Palma e Kuril Chto (duo Exbition)
14.07 – “Hablame, cuerpo” Nazario Díaz (performance) 20h
16.07 – Aparição” Luís Guerra (performance) 19h -20h
19-07 – “mínimo gesto comum” Bruno Levorin e Vinicius Possal (performance) 20h
25.07 – “traumacore” Núria Gomez Gabriel (leitura) 20h