Thomás Mendonça e Marie de la Ville Baugé
A Galeria Analora junta numa exposição coletiva, até 8 de Março, os trabalhos em cerâmica de Thomas Mendonça e as impressões fotográficas de Marie de la Ville Baugé. São dois artistas visuais que que tem como ponto de partida a natureza nas quais incluem as suas questões referentes as mudanças climáticas. A exposição tentará transmitir algo para além da realidade, para além do branco, das paisagens que vão desaparecendo, algo irreal e remoto. Marie faz fotografias do Ártico, transfere-as para uma tela e acrescenta alguns pontos de bordado. Thomas investiga na mesma direção, através da criação de formas cerâmicas muito detalhadas e irrealistas, principalmente brancas como as paisagens congeladas de Marie.
Sobre a Galeria Analora juntamos a entrevista que publicamos na PARQ_77.pdf (parqmag.com) revista digital em Novembro de 2022
Numa rua lisboeta marcada essencialmente por antiquários, instala-se em São Bento uma pequena galeria, onde encontramos representadas, as artes decorativas, tendo em especial destaque a cerâmica contemporânea. O espaço Analora é marcada por uma visão pessoal de Anne-Laure Pialet que vê no seu acervo tudo que ela própria gostaria de ter em sua casa. Para a galerista um casa rodeada por objetos singulares, colecionáveis de grande valor estético é um propósito pessoal que gostaria de poder transmitir a todos os que se aproximam do seu novo espaço.
Vinda da china, quando se estabeleceu em Lisboa tornou a vontade de abrir galeria de arte e design um imperativo. Muito para trás ficava a lembrança de uma Anne-Laure, executiva parisiense a operar na área da comunicação e publicidade tendo à responsabilidade contas na área da moda e da beleza. Era um trabalho que a relacionava com criativos e que lhe abriu perspetivas de se direcionar para o outro lado, apoiando mais o trabalho artístico. Quando se mudou para a China, seguindo o percurso profissional do marido, acabou por encontrar a oportunidade, junto de um sócio chinês, de promover um intercâmbio entre artistas chineses e franceses que se apresentavam em solo gaulês e vice-versa.
Em Lisboa manteve os contactos com artistas com quem já trabalhava e procurou, agora por conta e risco, manter esse mesmo espírito de os representar em Portugal, promovendo a sua divulgação e venda dos seus trabalhos. Ter uma galeria não foi um processo imediato, começou por desenvolver eventos em casa e mais tarde estabeleceu parcerias com outros espaços. Ter o seu próprio espaço onde pudesse ter os seus artistas representados foi um passo de grande relevância. Mas não é tudo, promover os artistas obriga muitas vezes a encontrar condições expositivas fora da galeria e a participar em certames especializados, como aconteceu recentemente na ultima edição do Lisboa by Design. No sentido inverso, a divulgar os artistas portugueses em França, também já é uma realidade, como aconteceu recentemente com António Vasconcelos Lapa que expôs este Verão em Eygalieres, uma cidade do sul de França.
Como jovem galeria vê o seu numero de artistas representados a crescer. Recentemente acolheu um conjunto de peças cerâmicas de Aramy Machry que ocupam com destaque grande parte do seu espaço. Não pretende que os artistas recebam o monopolio do espaço, as peças que entram co-existem com peças de outras artistas que representa. Apesar de prevalecerem seria redutor catalogar Analora como uma galeria de cerâmicas. Artistas texteis também estão representados como é o caso de Vanessa Barregão, que pela dimensão dos trabalhos que apresenta tem que encontrar condições especificas que o seu espaço atual não comporta. O desafio de outras escalas, não a intimida, são um desafio permanente porque o cliente cada vez mais procura encomendas para espaços específicos.
A programação de Analora é diversificada e para futuro podemos ser surpreendidos por outros medias, que tenham por base a fotografia ou textil que estão em preparação.
Analora
Rua de São Bento, 388, Lisboa
de 3ª a 6ª das 11:00 às 19:00
@analora_by_annelaurepilet