fotopoema de Luis Carmo

E que recordar é este,
Que me lembra quem eu sou,
Que me acorda deste sonho.

Um levantar por entre rochas,
Um vento que me solta,
E que me comanda neste salto.

Que nome deva dar,
Que sentido faz,

Se eu não der nome á razão?
Deixar o interior ser o exterior,

E o exterior ver o interior.
O sentir é cair,

Desamparar sem paraquedas.
É o desabrochar da intuição,
O despertar ao ouvido,

Ao lado do coração.
É o vislumbre do pano que cai,
Sobre a tela inacabada,
Porem dentro de uma sala espelhada.

Sou o céu da água cristalina,
Demolhado de luzes, sombras,
Cores e reflexos,
Oriundo de uma energia alcalina.
