Texto por Lara Mather

Criada por Seth Rogen, Evan Goldberg, Peter Huyck, Alex Gregory e Frida Perez, a série de 10 episódios da Apple TV+, “The Studio”, abre as portas (e escancara os bastidores) de um estúdio fictício de Hollywood, os Continental Studios.

Matt Remick, interpretado por Seth Rogen, é promovido a executivo de estúdio, e vê-se dividido entre querer fazer o estúdio lucrar mas ao mesmo tempo manter-se fiel à arte enquanto lida com o ego das estrelas e tenta impressionar o seu chefe Griffin Mill, interpretado por Bryan Cranston.

Filmada inteiramente em longos planos sequência com uma única câmara, a série promete cativar os cinéfilos com a sua proposta ousada e imersiva.

O elenco principal é de peso, com nomes como Bryan Cranston, Kathryn Hahn, Catherine O’Hara, Ike Barinholtz, Chase Sui Wonders, Keyla Monterroso Mejia, Dewayne Perkins e Seth Rogen que interpretam os membros da excêntrica equipa da Continental. A eles juntam-se Ron Howard, Martin Scorsese, Zoë Kravitz, Ice Cube, Dave Franco, Olivia Wilde e muitos mais, que surgem em participações especiais hilariantes onde interpretam versões satíricas de si próprios.

Ao longo da série, somos levados pelos ins and outs de Hollywood. O ritmo frenético e a câmara em constante movimento colocam-nos no centro da ação, transmitindo a urgência e o caos do trabalho num grande estúdio.

A direção de fotografia de Adam Newport-Berra evoca a nostalgia da era dourada de Hollywood com o uso de luz quente, textura de grão cinematográfico e uma estética que completa perfeitamente a narrativa no ecrã.

Os planos são meticulosamente coreografados e gravados em longos takes, conduzindo-nos com precisão até à punchline de um guião afiado, onde o improviso dos atores acrescenta camadas de humor e autenticidade. O ambiente de trabalho retratado é vibrante e realista, refletindo as tensões geracionais, as rivalidades e as complexidades do trabalho colaborativo e criativo.

“The Studio” é, ao mesmo tempo, uma sátira feroz ao sistema dos estúdios e uma verdadeira masterclass para quem não conhece os bastidores da indústria.

O que parece encantador e glorioso à superfície, revela-se afinal estressante, absurdo… e absolutamente irresistível. Quase como o momento em que Dorothy puxa a cortina e descobre Oz, revelando os mecanismos por trás da magia.