desenhos
Como é que começou a tua aproximação ao desenho?
Diria que me recordo a desenhar desde sempre. Mas houve 3 momentos de impulso. Na adolescência, uma amiga incentivou-me a inscrever em aulas de pintura. A seguir, no Studio Berçot, uma escola de moda parisiense, a disciplina de desenho era intensa, no que se refere ao desenho da projeto de moda ou mesmo de desenho clássico de nú. E finalmente, a SNBA em Lisboa, onde pude ainda aperfeiçoar técnicas.
Quando é que o desenho ocupou a tua vida e se tornou a tua principal forma de expressão artística?
Depois de estagiar no studio do Christian Lacroix sentia-me perdido. Comecei por tirar um tempo para viajar e desenhava aquilo que via sem ligar muito à qualidade do desenho. Quando decidi vir para Lisboa pensei levar o desenho mais a sério e o processo experimental foi-se desenvolvendo naturalmente
Quais foram as tuas principais influencias ? Tem evoluído ou tens sido fiel as tua referencias?
As viagens foram sempre uma grande influencia. Ao nível de artistas, fui capturado pelos desenhos de Jean Cocteau. Na época do studio Berçot vi uma exposição de Henry Darger que me marcou bastante ao nivel da cor e do traço assim como a sua própria história. As fotografias da Nan Goldin e de Araki também sempre foram uma grande influencia. Em Portugal, quando vi o trabalho de Paula Rego, fiquei pasmado.
Que tipo de histórias contas nos teus desenhos? Onde é que te inspiras?
Os meus desenhos não são realistas, mas estão sempre inspirados na realidade que me cerca. Desenho as pessoas nos cafés, kiosques, mas também me inspiro em velhas fotografias. Aquilo que pode atrair o meu olhar e desenvolver a imaginação.
Tens modelos que reaparecem?
Sim, alguns aspetos são repetitivos, as flores, a colocação das mãos, cores…Fazem parte do meu vocabulário ao nível do desenho.
O que seria para ti uma próxima meta para que o teu trabalho encontrasse um maior reconhecimento?
Espero progredir ao nível da pintura e ter a possibilidade de expor.
Complemento à PARQ_75.pdf (parqmag.com)