Texto de Tatá Seixo Garrucho

A female:pressure Portugal lança dia 25 de fevereiro, no Arroz Estúdios, o seu primeiro evento de apresentação que conta com um set de ambient criado por Cativo. Acolhe a partir das 18h na zona de xabregas, vários tipos de criações artística anunciadas para o evento: DJ sets, um live act, uma performance e uma exposição.

Dj Rosario, fundadora do coletivo LeSFATALeS

A plataforma internacional female:pressure foi criada em 1998, pela DJ Electric Indigo, em Viena e tem-se debatido em relação à visibilidade, diversidade e paridade de género existentes na música eletrónica e respetiva indústria. Com mais de duas mil pessoas registadas, constam nesta lista alguns nomes como Miss Kittin, Steffi Klakson, Virginia.

Um coletivo de mulheres DJs portuguesas, sedeadas entre Lisboa e o Porto, compreedendo a importancia dessa iniciativa, trouxe esta rede para Portugal e pretendem “tanto abrir pistas como discussões à volta destes temas junto do público e da indústria musical portuguesa”.

Nesta estreia emblemática, contamos com a música e ilustre presença DJ Rosário, que nas suas duas décadas de carreira e de luta ativista queer feminista fundou o coletivo LeSFATALeS, organiza workshops de DJ para mulheres e pessoas não bináries, e é uma das pessoas por trás da label e agência FemnØise, sediada em Barcelona”.

Sheri Vari

Contamos também com a lenda local Sheri Vari, que em mais de uma década de carreira já agraciou as mais importantes cabines nacionais com o seu sedutor repertório musical, e o talento emergente de Mel das Pêras, produtora de eventos e manager de artistas sediada em Lisboa, cujas raízes cabo-verdianas e percurso pessoal e artístico se refletem nos seus sets”.

Sara Wual

No alinhamento contamos com três das suas residentes: Sara Wual, produtora e diretora artística do ELA há 8 anos e mais recentemente, co-fundadora das festas House Mouse lado a lado com Jorge Caiado e Guy from 1990, que se lançou em 2022 com o seu theremin em formato live act; Mayan, uma das DJs mais ativas da cidade que já colaborou com o importantíssimo projeto educativo Beats by Girlz, trazendo-nos os seus discos e a sua energia luminosa para a pista de dança; e a receber a audiência antes da talk, um set sonhador e imersivo de Ambient ser-nos-á trazido por Cativo, ativista e uma das fundadoras das míticas festas Thug Unicorn.

Cativo

Haverá ainda uma conversa aberta, moderada pelo coletivo, e que terá como temas diversidade, inclusão e comunidade. Para este debate são convidades representantes da FemnØise, organização internacional sem fins lucrativos que visa aumentar a participação de mulheres e identidades marginalizadas no desenvolvimento de comunidades nas áreas da cultura, educação, tecnologia e indústrias criativas; membros da shesaid.so Portugal, rede internacional de mulheres, pessoas de género não-conformistas e aliades na indústria musical; Beats by Girlz Lisboa, que proporciona aulas abertas de música eletrónica e produção a mulheres, homens trans e pessoas não bináries à comunidade local.

A female:pressure Portugal não se ocupa apenas com música, também as artes plásticas e performativas são pontos de interesse e ação. O evento de sábado, dia 25 de fevereiro, terá curadoria de Marta Espiridião na exposição “acerva.01 – Inês Brites” – um projecto que ocupa o espaço de uma antiga cozinha e dispensa, servindo uma colecção de objectos e obras processuais e experimentais da criação artística. A atriz Rita Amaral Duarte apresenta-nos também “Pura e Complexa”, performance em que questiona a tendência da sociedade para a uniformidade do feminino em detrimento da sua individualidade.

Bilhetes a venda na female:pressure Portugal – launching event at Arroz Estúdios, Lisbon · Tickets (ra.co)

Este evento servirá não só para introduzir ao público o coletivo e a sua missão, assim como angariar fundos que permitam ao coletivo avançar com os seus objetivos a médio e longo prazo, que são os seguintes: 

● Ampliar o contacto do público português com o trabalho que tem sido desenvolvido nestas áreas por mulheres e identidades queer, tanto individual como coletivamente; 

● Obter fundos para investir em diversos projetos de formação, mentoria, documentação, arquivo e divulgação do trabalho feito por comunidades e coletivos ligados à cultura, à música e à arte em Portugal; 

● Criar parcerias com entidades e instituições na área da cultura e da música; 

● Criar iniciativas que estimulem a descentralização da produção cultural em Portugal.