Tendo como foco as coleções dos jovens designers de moda portugueses que apresentaram as coleções SS19 na plataforma Bloom do Portugal Fashion, convidamos João Jesus, com a ajuda de Nuno Vieira e Ana Beatriz Alves a reinterpretar algumas das suas peças chaves
1. Fala-nos de algo que achas errado e que deveria mudar
Não considero errado mas temos de estar bastante atentos. Refiro-me à tecnologia e tudo aquilo que a rodeia. Redes sociais, inteligência artificial, algoritmos e por aí fora. É bastante útil em muitos pontos mas não podemos deixar que ultrapasse as relações humanas. Tal como Chaplin referiu “pensamos demais e sentimos muito pouco. Mais do que de máquinas precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido”.
2. O que gostarias de fazer para que isso mude?
Vai estrear um espetáculo chamado “Selfie” no Casino de Lisboa, encenado pelo Marcos Caruso, o Miguel Thiré e eu. Este texto aborda exatamente esses perigos e funciona como um alerta, tem os dois lados da moeda. As relações humanas e tecnologia, o homem e a máquina. Não julga, apenas balança os dois pontos e tenta chegar a um equilíbrio. Contudo, apresentando este espetáculo ao público faz parte do que eu gostaria de fazer para que isso mudasse.
3. Em que medida todos nós iamos beneficiar com esta mudança?
Provavelmente comunicaríamos com mais qualidade. Estaríamos mais atentos ao próximo e não sofríamos de psicoses. Atenção que não quero destruir o poder da tecnologia, é bastante útil e em muitos casos foi ela o melhor meio de comunicação.
Projecto realizado para a PARQ, edição de Março de 2019, com fotografia de Nuno Vieira e styling de Ana Beatriz Alves, make up de Beatriz Texugo e cabelos de Eric Ribeiro