Texto de Jéssica Lima
Tomás Adrião levanta o véu do seu álbum de estreia, com o lançamento do novo single “Dia Mau”. O álbum “perdoa se há em mim pressa pra ser feliz” está previsto para o início de 2021 e conta com colaborações de Cláudia Pascoal e Elisa. No álbum pode encontrar dúvidas, medos, inseguranças e pensamentos do artista que no processo de criação decidiu fazer um disco POP com mensagens em que acredita. “Dia Mau” foi lançado no dia 13 de Novembro, para desafiar todas as superstições. A música é um incentivo ao positivismo, e o dia de lançamento não foi escolhido ao acaso.
Com inspiração em vídeos de Angéle e Rudy Mancuso, artistas que se distinguem pelos seus vídeos cómicos, o vídeo clip de “Dia Mau” é um grito de ânimo para qualquer altura que precisemos dele.
À PARQ, Tomás Adrião afirmou que o resto do álbum não continua a vertente humorística do single, contudo garantiu que isso pode acontecer em futuros trabalhos, redes sociais e até mesmo ao vivo. O propósito do artista é fazer a diferença no panorama da música portuguesa, e desta forma contribuir para a felicidade de quem ouve a sua música.
1.Lançar um single sobre dias maus a uma sexta-feira, 13, só podia dar sorte. Foi algo propositado para continuar a vertente humorística presente na música?
Sim, quando pensamos no dia 13 foi mesmo para criar alguma ligação entre o tema da música e a má “fama” que a sexta-feira 13 tem. A vertente humorística da canção ficou ainda mais nítida com a escolha deste dia. Tendo também esta canção um incentivo ao positivismo, o dia não podia ser melhor escolhido. Desta forma, estava também a dizer que sexta -feira 13 não tem propriamente de ser um dia pior que os outros.
2. Em relação ao tema, “Dia Mau”, como foi o processo de escrita e composição?
Esta canção foi composta e produzida no Great Dane Studios em meados de 2019. Quando a começamos a escrever, foi em tom de brincadeira. As palavras e melodia foram surgindo muito naturalmente por isso mesmo. Não a compus sozinho, tinha mais três compositores comigo. E lembro que cada um dizia uma coisa negativa como se essa coisa negativa fosse mesmo verdade. E por isso, aquela brincadeira, fez muito sentido para mim, tocou-me de certa forma e fez-me querer tornar aquela brincadeira em algo mais sério. Depois de composta, foi produzida pelo LEFT.
3. O single é uma história de coisas negativas, acompanhada por uma música animada. É um “grito” ao positivismo neste período de pandemia?
Dia Mau é um grito ao positivismo para qualquer altura que precisemos desse grito. Quando foi escrita, nem sonhávamos que viria uma pandemia. Mas talvez seja vidente, não sei. Quero apenas que as pessoas, ao ouvirem a minha música, que fiquem mais felizes, se eu contribuir para essa felicidade a minha música já tem um propósito.
4. O vídeo do single está extraordinário. Qual foi a inspiração?
Para este vídeo inspirei-me bastante nos vídeos da Angèle, uma artista francesa que faz vídeo clips muito cómicos. E também nos vídeos do Rudy Mancuso, músico que também tem imensa piada nos vídeos que faz. Queria que neste vídeo se fizesse ver esta parte mim mais cómica, despreocupada e até mesmo um pouco parva. O realizador Yo Cliché também fez um excelente trabalho, para que o que imagina para esta música fosse possível.
5. Como referi “Dia Mau” contém uma vertente humorística, o público pode esperar o mesmo das restantes músicas do álbum?
Neste álbum penso que não. Mas sei que está presente em mim. Por isso para futuros trabalhos, redes sociais e até mesmo ao vivo, há uma parte de mim que consegue ter e vai ter de vez em quando alguma piada.
6. É o seu álbum de estreia, como o descreve?
Em “ perdoa se há em mim pressa pra ser feliz”, o nome que dei ao meu álbum de estreia. Conto as minhas dúvidas, os meus medos, as minhas inseguranças, os meus pensamentos, etc…sei que uma parte de mim está muito bem desenhada neste primeiro álbum. Este disco ajudou-me até para desenvolver algum autoconhecimento por isso à medida que foi feito descobri um pouco mais de mim. Quero que as pessoas quando o ouvirem conheçam-me um pouco melhor também. É um disco POP com mensagens em que acredito, digo aquilo que gostava que me dissessem a mim.
7. Podemos contar com colaborações?
Sim, duas colaborações. Duas vozes que admiro bastante: Cláudia Pascoal e Elisa.
8. Que expectativas têm para este álbum?
Espero que me deixe realizado, mas não muito realizado. Isto é, realizado ao ponto de o tocar ao vivo, das pessoas gostar de ouvi-lo, de fazer alguma diferença no panorama da música portuguesa. Mas não muito realizado ao ponto de achar que não preciso de fazer mais nenhum. Quero continuar a fazer isto até me sentir completo.
“Perdoa se há em mim pressa pra ser feliz” estará disponível em breve.
@tomasadriao
texto por Jéssica Lima para a revista PARQ 68 Dezembro de 2020