100% Carisma

Vem aí o novo álbum de Vaiapraia. Sucedendo ao disco 1755, 100% Carisma estreia-se a 22 de junho e conta com 16 faixas Símbolo de igualdade e voz de liberdade, Rodrigo Vaiapraia contou-nos mais sobre este novo trabalho – “É uma continuação muito natural do 1755, apesar de ter um som bastante mais polido. O que é novo são talvez algumas temáticas e uma exploração sonora mais rica. O que eu espero e desejo é que o disco tenha o sabor de uma viagem com muitos solavancos porque foi assim que me estava a sentir enquanto o fazíamos. Trabalhar com o Adriano Cintra e o Luís Severo foi maravilhoso e essa colaboração moldou inevitavelmente o disco. Para além disso, há participações muito especiais de pessoas que admiro muito.”

foto de Ricardo Gomes

Sempre com um testemunho forte, Vaiapraia traz-nos mais um disco que promete erguer uma mensagem de esperança e liberdade como acontece com o single Comidas do Infinito que demonstra a infinidade de possibilidades que temos de ser e de criar. Refere ainda – “A nossa voz é a nossa bandeira. É fundamental ter essa noção enquanto um instrumento vital para navegar neste mundo que é tão desigual e injusto. Temos de usar a nossa voz para nos defendermos, mas às vezes o mais importante é calar a nossa voz e por uma vez na vida ouvir a voz que está ao nosso lado.”

Fundador da agência/produtora Maternidade e do Rama Em Flor (Festival Comunitário Feminista Queer) considera que estes projetos foram excelentes aprendizagens e maneiras de conhecer o tecido cultural de Lisboa e de perceber as suas problemáticas e reforça – “O ativismo não pode ser regido por vontade de protagonismo”.

Tem como referências Poly Stytrene mas admite que a sua verdadeira inspiração vem “da resiliência das coisas e das pessoas”. Aponta também associações que apela para maior interesse e apoio pelas mesmas como o MTS (Movimento dxs Trabalhadorxs do Sexo), a UMAR, as Panteras Rosa – Frente de Combate à LesBiGayTransfobia, o SOS Racismo, o Anjos 70, o RDA ou a Disgraça.

Para o futuro espera continuar a cantar e a pisar os palcos de sítios que ainda não teve oportunidade de conhecer e confessa-nos a vontade de escrever um livro, de voltar a trabalhar com a Plataforma285 e o Teatro Cão Solteiro.

Texto de Sara Pereira