No primeiro dia do Nos Alive
Texto de Hugo Pinto
No primeiro dia de Nos Alive o grande destaque vai para o belo concerto de Red Hot Chili Peppers mas seria injusto esquecer vários projectos portugueses que fizeram suar as estopinhas.
Depois de uns The Driver Era para um público demasiado jovem, no palco Clubbing os Club Makumba começaram a festa.
O quarteto liderado por Tó Trips, com a ajuda de um sax poderoso que a espaços fez lembrar os Comet is Coming, deu uma bela demonstração de força e vitalidade baseada num mar de influências com destaque para o blues.
Os Black Keys foram a desilusão da noite, num concerto morno, com um som velho. Adiante.
Ibibio Sound Machine foi uma agradável surpresa. Uma banda ao vivo com um trio de metais dá vida a um soul funk que vai buscar inspiração de África às Caraíbas. Muito melhor que os álbuns.
Mas quem faz a festa para dançar num afrotuga contagiante são os Throes + The Shine. Este trio portuense de maquinaria, voz e bateria arrebenta com tudo. Mob Dedaldino, o MC de serviço, dança no meio do público e sobe os andaimes da iluminação para animar a malta, não dando descanso ao corpo de quem assiste. Que loucura saudável!
Os Red Hot Chili Peppers terminaram a noite com um belo concerto. A volta de John Frusciante, o guitarrista original sempre a braços com problemas de adição, é de louvar. Há mais rock e mais genuíno. Flea continua a ser o palhaço de serviço, Kietis cumpre na voz mas… Mexe-se pouco porque a idade não perdoa. Um espetáculo altamente profissional onde nada falha, com jogos de iluminação e videoart que fazem brilhar o som da banda.
Diz que tanto a Nidia como Xinobi fecharam a noite em beleza mas… Era demasiado tarde para mim.