Texto de Aara Lousã
Rare Effect – Crypto Art Festival pode ser definido como um espaço de experiências que encoraja criativos, coleccionadores e tecnologistas a alargar as fronteiras da arte digital e a gerar um impacto social positivo. Após três edições de sucesso no Arroz Estúdios, em Lisboa, a associação já está a preparar a nova edição para 2023.
Em 2022 estiveram presentes vários artistas que integraram o programa Planting A.I.R. – Artists in Residence, desenvolvido pelo Arroz Estúdios.
Este projeto mostra o objetivo contínuo da associação de apoiar a comunidade criativa em Lisboa, lançando um programa para dar espaço físico gratuito a artistas digitais com limitações financeiras ou sociais durante o seu percurso académico e profissional. Como parte da residência, estes artistas adquiriram ainda ferramentas para tornar a sua prática artística financeiramente sustentável.
Alguns elementos envolvidos que destacamos:
Eric Hanu
Eric Hanu nasceu em Luanda, em 1991, e vive em Lisboa desde 1994. Presente na 3ª edição do festival Rare Effect, é um autodidata que nos mostra nas suas telas e desenhos o que vê, um cruzamento entre mundos interiores e exteriores. As suas obras partem geralmente de um tema central que tende a identificar as emoções e perspetivas humanas, onde o abstrato predomina porque, como afirma, “não consigo ver as emoções como algo concreto e figurativo”.
Sobre o seu percurso, Eric Hanu escreve …”Foi por acaso que entrei no mundo dos NFTs mas rapidamente comecei a explorar e a perceber do que se tratava por detrás de toda a hype que acompanha este mercado. É uma tecnologia, uma forma de vender arte e incorpora-la em projectos Web3. Tudo indica que o futuro da arte estará ligado a esta tecnologia pelos problemas de autenticidade que esta resolve mas também pelo poder que os artistas independentes adquirem sobre o seu próprio trabalho e a forma como este é comercializado.
Tomás Jones
Tomás Jones integrou a 3ª edição do festival Rare Effect. Um artista multidisciplinar que cria pinturas em grande escala, design de som e produção musical, vídeo e modelagem 3D. Residente no Planting A.I.R. – Artists in Residence, programa desenvolvido pela Arroz Estúdios que proporcionou o espaço e o apoio que Tomás Jones necessitava para continuar a desenvolver todas as suas áreas de interesse, com foco na produção de obras de arte digital e física.
Sobre o seu percurso, Tomás Jones escreve: – Durante o meu percurso artístico na faculdade, quando comecei a produzir obras digitais, sempre me questionei se haveria espaço para o meu trabalho e que espaço era esse sabendo que não era algo material/físico como uma pintura. Quando concorri à residência artística no Arroz Estúdios, todo o projeto do Planting Air abriu-me essas portas com a Web3 e o mundo que são as NFTs, e foi aí que percebi que havia espaço para mim e tantos outros artistas que produziam obras digitais tal como eu. O Planting Air ajudou-me na introdução a esse mundo que outrora não conhecia. Foi a partir dessa experiência que comecei a conexão entre plataformas artísticas digitais e o meu trabalho. Mais tarde juntei-me a um coletivo de artistas “ArtDAO” com foco na Web3 e no mundo das NFTs, onde continuo a desenvolver o meu projeto artístico.
Obra “RAVENOUS” https://tomasantos.cargo.site/ – https://www.instagram.com/f.wvn/