A poucos dias da abertura da POSTER MOSTRA , prevista para 3 de Julho, entrevistamos o seu mentor, Bruno Pereira que em 2016 apresentou ao público, pela primeira vez, este conceito, de criatividade num poster, no espaço público. Nesta edição, as ruas de Marvila vão contar com posters de 20 artistas convidados de áreas tão distintas como o design, fotografia, música, desporto, ilustração ou artes plásticas, aos quais se juntam os 10 vencedores da OPEN CALL POSTER, assim como os 3 vencedores da OPEN CALL SANDEMAN. As duas Open Call receberam mais de 200 participações, mostrando que todos nascemos criativos e que há um desejo de partilha da livre expressão artística num evento de livre acesso à cultura, que inspira e simultaneamente revela talentos há seis anos. Nesta edição vamos ter participações de nomes tão conhecidos como, Adolfo Luxuria Canibal, Ricardo Quaresma, Márcia, André Carrilho, Christian Haas e Samuel Úria, só para mencionar alguns dos nomes mais mediáticos.
O Poster Mostra é um projeto já com alguns anos, qual o segredo do
sucesso desta iniciativa cultural?
O sucesso tem sido o público e o impacto na localidade e nos locais. Sem esse impacto não teríamos vontade de continuar. A verdade é que desde a primeira edição, vamos na sexta, a adesão do público em geral, dos criativos, artistas e outros intervenientes locais tem sido encorajadora. O ADN do projeto também penso que é fator determinante, o apoio aos criativos e artistas e a democratização do acesso à cultura, que para nós é muito importante. O facto de termos uma Open Call aberta a todos tem sido também um marco determinante, pois todos têm acesso a poder estar nas paredes.
Eram uns recém-chegados a Marvila, num bairro onde nada acontecia, como
foi crescer culturalmente com o bairro?
Estávamos determinados a ativar uma zona da cidade que não tinha o hype que tem hoje. Existiam estúdios de criativos, galerias e coworks mas nas ruas não se passava nada. Não existia interação entre os forasteiros criativos e os locais. O desafio foi juntar todos e mostrar que podia haver partilha de conteúdo entre todos, que a criatividade pode e deve ser agregadora, de pensamento, iluminação e discussão. As paredes abandonadas e despidas da zona também pediam essa intervenção, era também um desafio também chamar atenção para a zona, essa “nova Marvila à beira rio”. Lembro-me que no primeiro press day que fizemos no interior do Abel Pereira da Fonseca, a minha diretora de PR dizia-me que os jornalistas não sabiam onde ficava Marvila. Uns meses mais tarde foi apelidado a “nova zona hype de Lisboa”.
O projeto está muito vocacionado para novos talentos, como tem corrido
as Open Call?
As Open Call tornaram-se para nós o mais excitante do Poster. Por vários motivos: sentirmos o sucesso do projeto dentro da comunidade criativa, e que a criatividade não está só fechada nos profissionais. Todos nascemos criativos. O Poster é isso, o formato mais antigo de propaganda e criação artística em larga escala. Com papel, uma caneta e cola podes iniciar uma revolução, declarar uma intenção, falar com o mundo.
O Poster Mostra sai à rua no próximo dia 3 de Julho, o que podes
desvendar sobre essa edição?
Esta é a nossa sexta edição, a pandemia leva-nos a alterar um pouco a comemoração em larga escala de anteriores edições, inaugurações com muita gente, visitas guiadas a espaços locais, exposição indoor da Open Call. Esta edição preparámo-la com opções mais digitais, como diretos com os artistas, galeria da Open Call on-line, nova loja Poster Mostra on-line. No entanto os Posters estarão sempre na rua para todos durante 3 meses. Este ano uma das fortes novidades é a Rua Sandman, onde poderemos ver posters históricos da marca e a Open Call Sandman, na qual desafiámos a interpretarem a marca de forma livre e contemporânea.
E a loja on -line, qual é a vossa expectativa, até considerando as
edições anteriores?
A loja POSTER on-line ter uma nova plataforma muito melhor performance e muitos mais posters disponíveis. O comprador tem ainda a possibilidade de escolher molduras para além do poster, assim como diferentes formatos. A loja está a crescer cada vez mais e com mais vendas, é uma forma de contribuírem também para o projeto evoluir e contribuir para os artistas, pois todos recebem royalties das vendas. Comprando está a ajudar o projeto, os artistas e a cultura de livre acesso.