Depois do sucesso da 1.ª edição, a LISBON DESIGN WEEK está de regresso, até 26 de maio, para uma segunda edição que promete mostrar o que de melhor se faz nas áreas do design e do artesanato contemporâneo em Portugal. São 5 dias, onde se podem visitar 80 locais espalhados por vários bairros de Lisboa que abrem as suas portas para exposições, talks, lançamentos de novas peças e produtos, entre outros acontecimentos. Uma oportunidade única para assistir ao talento e criatividade da comunidade local, num evento que coloca definitivamente Lisboa no mapa do design internacional.
Lisboa não tinha um momento em que a comunidade de criativos assim como os designer lovers pudessem se encontrar e até estabelecer contactos. Por isso a importância desse evento que se quer anual e que vai permitir que a comunidade criativa ligado ao design tenha uma data que possa celebrar a sua criação mostrando os seus novos produtos a um público mais alargado.
Durante anos os designers portugueses sentiram-se impotentes porque havia uma desfasamento entre a industria e os criadores de design, o que fazia com que os designers não encontrassem produção e a industria não contasse os designers para produzirem produtos com um design inovador e único. De facto também não havia eventos que promovessem essa aproximação como está a acontecer hoje. Os paradoxos mudaram e de facto, os criativos, cada vez mais favorecerem o handmade, não dependendo tanto da industria, o que os tornou cada vez mais independentes. Sem pensar na grande produção, centraram as suas atividades em pequenos ateliers, com produtos mais úncos e limitados, o que faz que estejamos hoje a assistir a uma explosão de jovens criadores de design com múltiplas estratégias.
É um pouco isso que podemos testemunhar no programa do Lisbon Design Week. Recomendamos então uma visita ao site onde está disponível o mapa, que está bem organizado, por núcleos dos bairros centrais da cidade, Ou seja , há muitos percursos que se podem fazer a pé mas na verdade todo o centro está cheio de espaços a visitar
Deixamos aqui algumas recomendações que podem ser o começo de num novelo que necessariamente terá que ser desenrolado ao gosto das preferências dos visitantes. Tendo a avenida da Liberdade como eixo central recomendamos:
1 Roca Lisboa Gallery -nos (Restauradores, 46) podem-se ver no ultimo andar um conjunto de projetos de jovens criadores que concorreram a um concurso internacional para ganharem um espaço de visibilidade. Há no conjunto dos projetos apresentados uma preocupação em reciclagem e sustentabilidade dos produtos criados
2 Hotel Tivoli na Avenida Liberdade, apresenta um projeto curatorial de Filipa Almeida que propõem a 3 ceramistas revisitarem a coleção de obras de Milly Possoz que pertence ao hotel e criar a partir daí um conjunto de obras. É uma exposição que vala a pena ver, pelo conjunto produzido, como pelas abras da Milly Possoz escolhidos pelas ceramistas
3 No Ando Living Club House – (na Alexandre Herculano, 50 – 10º andar) apresenta um interessante projeto desenvolvido pela Passa ao Futuro que coloca o designer francês Sam Baron em colaboração a Toino Abel, empresa que recupera a tradição alentejana de produção de cestos em junco a colaborem, resultando um conjunto de peças para a casa, que reconfiguram e refrescam essa pequena industria doméstica
4 Se subirmos para o Campo dos Mártires da Pátria (Rua Gomes Freire, 98) encontramos um outro evento, a Lisbon by Design, que se apresenta como uma feira . No palacete, pela terceira vez encontramos um projeto curatorial cuidado que convida vários artistas a desenvolverem núcleos de presentação. É o evento que apresenta maior concentração de criadores, recomendamos a visita e atenção ao espaço desenvolvido pelo designer Alan Louis , francês a residir na região de Óbidos, assim como a sala da Burel, empresa portuguesa que parte da recuperação dessa técnica do lanifício português para apresentar hoje um conjunto de produtos derivados de design que nunca nos deixam de surpreender
5 Se optarmos pela colina oposta e em direção ao Principe Real na (Travessa do Rosário, 16) na Made In Situ do designer francês Noé Duchaufour-Lawrence, encontramos um projeto cuidadosamente apresentado em torno dos caretos do norte. São criados diferentes objetos de design a partir das técnicas de produção das máscaras
6 Em Campo de Ourique no Arquivo Aires Mateus ( Rua Silva Carvalho, 175 R/c) encontramos um projeto curatorial de Sam Baron que nos dá em – Terra Nossa – uma visão geral da cerâmica em Portugal. Um retrato histórico da produção nacional, industrial e artesanal , assim como a apropriação que os jovens criadores fazem dessa tradição. A montagem é exemplar e merece a beleza dos espaço concebido pelos Aires Mateus. Ao lado desta exposição, na zona do terraço encontra-se um projeto em cerâmica desenvolvido deplos alinos de design da EDSA de Valencia em Espanha
7 Na zona da Estrela recomenda-se uma visita a Ojo Gallery (Rua de São Bernardo 9A) que recebe os De La Espada. O espaço é pequeno e apenas contem a última criação dos De La Espada , a empresa de edições de design portuguesa mas internacional. De la Espada é reconhecida pelo conjunto de designers com que colabora, mantendo sempre uma forte entidade que tem a ver com as matérias de produção. Madeira solida, técnicas de produção antigas que lhe dão um caracter artesanal e quente a peças que tem por referencia a modernidade minimal. Neste caso, um movel que tem o volume de um louceiro contem puxadores em cerâmica que aludem a puxadores metálicos assim com um painel amovível coberto por um trabalho textil criado por uma artista. Tudo para alcançar um caracter cada vez mais unico em peças que já são de caracter excecional
8 No Chiado encontramos Cabana Mad (Rua da Misericórdia 66 -1dto) galeria que se tem notabilizado pelo “collectible design”, apresentado regularmente um hibrido de peças de arte e de design. Nesta edição apresenta peças dos artistas plásticos Pedro Valdez Cardoso e Diogo Nogueira.
9 Perto, mas já no Bairro Alto, a Oficina Marques (rua Luz Soriano, 71) apresenta com a colaboração da Andringa Studio um laborioso espaço encenado e misterioso que nos propõem em percurso por um caminho de areia , até chegarmos a um ponto de revelação onde se concentram as ultimas peças de cerâmica da dupla de criadores.
10 Na Lapa, uma casa privada, denominada genericamente Casa do Cura (rua do Cura 45) recebe 7 projetos desenvolvidos em diferentes partes do edifício, mas ganhando destaque os totens de vidro de Marie-Victoire Winckler e os candeeiros de papel de arroz da studio Haos.