A Drawing Room regressa à Sociedade Nacional de Belas Artes , na Rua Barata Salgueiro em Lisboa. É a sua 7ª edição, o que confirma o seu lugar e a relevância que ganhou no panorama nacional da arte contemporânea em Portugal. Orientado para o exercício do desenho que, como podemos constatar, é entendido de uma forma muito lata, a Drawing Roon conta com a participação de 23 galerias, que podem ser visitadas até ao próximo domingo, dia 27.
São essencialmente galerias nacionais, as mais relevantes, mas o evento acolhe ainda algumas espanholas que vão confirmando de ano para ano a sua presença, sublinhando que os mercados de arte contemporânea, espanhol e português há muito estão interligados devido à constante presença portuguesa na Feira do Arco. No que diz respeito a novidades, este ano, a Drawing Room convidou três galerias estrangeiras concedendo-lhes um espaço, a que chamaram o quarto de visitas localizado no andar de cima da SNBA.
Como também já é habitual, a par da feira, encontramos uma exposição dos finalistas ao Prémio de Desenho Flad. Os 10 artistas que estão expostos resultam de uma seleção proposta por um júri mediante candidatura que tem como objetivo, para além do prestígio e reconhecimento, almejar um prémio de 20 mil euros atribuído ao vencedor. É sempre um exposição interessante porque a seleção é bastante eclética e tanto podemos encontrar novos nomes como figuras já com um percurso relevante. No conjunto, temos abordagens e referencias ao desenho muito diferentes, o que torna o conjunto controverso e excitante.
Referente à feira em si, é possivel encontrar trabalhos de mais de 70 artistas desde os sobejamente reconhecidos, como por exemplo, Pedro Cabrita Reis , Helena Almeida, José Loureiro, José Pedro Croft, só para dizer alguns, até nomes que podem ser considerados revelações ou pelo menos não tão familiares.
Em jeito de súmula, a feira apresenta um conjunto interessante de trabalhos, para quem quer começar uma coleção de arte ou simplesmente conhecer mais sobre a arte contemporânea. Podem contar com um vasto panorama comparativo, sendo que a relevância da obra no contexto da carreira do artista possa ser maior ou menor.
É de dar relevo a galerias que preferiram trazer o trabalho de um único artista que depois no stand acaba por valorizar e dar mais visibilidade ao trabalho. Nesse sentido, daria destaque a Galeria Balcony que trouxe uma instalação de Rodrigo Oliveira, com grande impacto visual. Destaque ainda para a Galeria Francisco Fino que trouxe um grupo de desenhos de Gabriel Abrantes, com o seu universo onírico que completa muito bem tudo o que já vimos do seu cinema. A Galeria Vera Cortês trouxe vários trabalhos de Armanda Duarte. Alguns mais antigos e outros criados para a feira que complementam o universo delicado e secreto da artista.
Entre as galerias que optam por apresentar um conjunto de trabalhos de artistas que representam destacava a Galeria 111 por trazer trabalhos de Samuel Rama e Cristina Lamas e a galeria de Vigo Trinta Arte Contemporánea, com os portugueses António Faria e Francisco Mendes Moreira ao lado do espanhol José Ramon Ais.
Drawing Room
Sociedade Nacional de Belas Artes
Rua Barata Salgueiro, 36 – Lisboa
de 4ª a 6ª das 14h às 21H, Sab das 11h às 21h, Dom das 11h às 18h
Até 27 de Outubro
www.drawingroom.pt