sushi bar

Depois de muitos anos de experiência em Cascais, o Mediáctico instala-se em Lisboa, convertido agora em sushi bar. Perto da avenida de Roma o novo espaço é segundo o seu mentor, Joel Kuin, uma casa com uma componente purista e clássica, tal como se entende ser um sushi bar no Japão. Pode-se dizer que sendo um conceito que ganhou uma dimensão universal, com versões que se foram adaptando aos gostos e produtos locais, Joel procura oferecer no entanto, um produto autêntico que vive da sua frescura com preceitos e sabores tradicionais do Japão. Ou seja, na cozinha do Mediático, não entram queijos filadelfia nem frutas exóticas com os quais nos fomos familiarizando e aceitando em Portugal.

Para Joel, chegar até aqui, foi um processo de crescimento, enquanto pessoa e enquanto empresário. O Medicático entrou na sua vida muito cedo, com o desejo juvenil de abrir um bar, onde pudesse conciliar a sua vontade em ser DJ. Na verdade, acabou por acolher todas as conjunturas que lhe apareciam à frente, juntando ao cardápio comida Japonesa ao lado da portuguesa e da italiana. Saltando ele mesmo para a cozinha, transformou-se num sushi man, tendo percebido a preferência e o gosto pela comida nipónica. Assim, procurou fazer formação tendo então como mentor, Rilk Gabriel, alguém que saiu da equipa do saudoso Aya.

Apesar da sua mestria atual, quis que o seu novo espaço estivesse ao nível da excelência e, por isso mesmo, trouxe o seu mestre para a cozinha. Agora reserva para si o contacto com o público que conta com os seus conhecimentos técnicos para um melhor esclarecimento, mesmo junto dos mais exigentes.

No dia em que almocei , estava um calor insuportável, e nem pensar ficar na simpática esplanada no início da rua Alberto de Oliveira. O espaço interior é exíguo, sem grandes luxos decorativos, para além de umas telas da Sofia Areal nas paredes. As atenções estão orientadas para a apresentação do produto. As louças são lindas e tudo é servido com uma nota artística evidente. A casa ofereceu como couvert um Sunomono de Pepino e tártaro de peixe. Uma porção diminuta, mas que fez elevar as minhas expetativas em relação ao que se seguiria.

Para entrada, usufruímos para partilhar, goysas de frango e legumes e um Usuzuki Maaguro, uma espécie de carpacio de atum que é ligeiramente oxidado por um molho ponzu que, grosso modo, é uma combinação de laranja e soja. Excelente!

Depois, a opção foi um prato de sashimi composto por 20 peças que continham nacos de atum, salmão, corvina, lírio, polvo e camarão.

Ter-me-ia dado por satisfeito, mas a curiosidade fez com que pedisse ao Joel uma sugestão relativamente a um dos pratos que pudesse ser um ex-libris da casa. Assim, chegou uns Hamachi Arai que são basicamente lascas de lírio que sofrem um tratamento térmico. Mergulham muito rapidamente num caldo quente para depois repousar num “montanha” de gelo, onde é servido. Sem dúvida, simples e aparatoso, contando ainda com um delicioso molho espesso onde vamos mergulhando o peixe.

A imagem do produto quando chega a mesa é, de facto, uma prioridade e por isso durante a pandemia tiveram que se adaptar ao takeway. O nível de exigência levou a que procurassem diferenciar-se, apostando num packging que sublinhasse um tratamento de arte que procuram sempre dar.

Texto de Francisco Vaz Fernandes para na PARQ_71.pdf (parq

Mediático Restaurante Sushi, R. Oliveira Martins 2 C, (av de Roma) Lisboa

aberto de 3ª a dom.das 12h às 14h30 e das 19h às 22h30 telf 911 082 438

texto de FVF para PARQ_71.pdf (parqmag.com)