Texto de Lara Mather

O IndieLisboa, o festival de cinema mais eclético de Lisboa está prestes a começar e a Parq volta a acompanhar mais uma edição desta celebração cinematográfica.

De 1 a 11 de Maio de 2025, com uma programação extensa de cerca de 238 filmes espalhados por diversas salas – Culturgest, Cinema São Jorge, Cinema Ideal, Cinemateca, Cinema Fernando Lopes e Piscinas da Penha de França – o IndieLisboa promete!

A sessão de abertura será no Cinema São Jorge com o filme “Universal Language” do realizador Matthew Rankin e a sessão de fecho será na Culturgest com o filme “Caught by the Tide” da realizadora Jia Zhang-ke.

Hanami de Denise Fernandes

Este ano, é impossível não reparar na forte presença dos filmes lusófonos nas diversas secções do festival. Na secção de Competição Nacional estão incluídas assim “Hanami”, filme que marca a estreia em formato longa-metragem da realizadora Denise Fernandes, “Primeira Pessoa do Plural” do realizador Sandro Aguilar, “Pai Nosso – Os Últimos Dias de Salazar” do realizador José Filipe Costa, “Duas Vezes João Liberada” de Paula Tomás Marques, “Quem se move”, curta-metragem da realizadora Stephanie Ricci e “Imitação de Vida” curta do realizador Luís Nunes.

Na Competição Internacional contamos com uma seleção de 10 longas e 32 curtas que despertam curiosidade. Entre elas, destacam-se as curtas-metragens “Koki Ciao”, do realizador Quentin Miller, “A Move”, da realizadora Elahe Esmaili e “Through the Window”, do realizador Daniel Stopa.

“Novíssimos”, a secção competitiva do Indie que celebra cineastas emergentes portugueses, traz nesta edição 12 curtas-metragens da autoria de estudantes e autodidatas. Uma secção inspiradora do festival, a não perder!

A secção competitiva “Silvestre” dá-nos a conhecer realizadores emergentes e premiados, com obras disruptivas que quebram barreiras. Fazem parte desta secção 7 longas-metragens e 20 curtas, entre elas a curta-metragem “Zizi (ou Oração da Jaca Fabulosa)” do realizador Felipe M. Bragança e a curta-metragem “Razeh-del” da realizadora Maryam Tafakory que se destacam.

“Rizoma” é a secção não-competitiva do festival que reúne filmes de cineastas mais mediáticos abordando temas atuais e que nos fazem refletir. Destacam-se “The Last Showgirl” longa-metragem da realizadora Gia Coppola, “O Último Azul” longa-metragem do realizador Gabriel Mascaro, “¿De qué casa eres?” longa-metragem da realizadora Ana Pérez-Quiroga e “Rumours” longa-metragem dos realizadores Evan Johnson, Galen Johnson, Guy Maddin.

Na secção “Boca do Inferno” é onde encontramos os filmes mais intensos e provocadores. Este ano fazem parte “El Llanto” de Pedro Martín-Calero, “Finding Daddy” de Emily Wilson e “El Tema Del Verano” de Pablo Stoll.

O Director’s Cut regressa com novas cópias digitais recentemente restauradas, abrindo assim a oportunidade de gerações mais jovens verem pela primeira vez estes filmes clássicos. Entre as 5 longas-metragens destaca-se “The Sealed Soil”, o primeiro filme da realizadora Marva Nabili e o mais antigo sobrevivente (na sua totalidade) filme iraniano realizado por uma mulher, restaurado agora em 4K.

Para os mais novos, famílias e escolas, o IndieJúnior traz uma seleção de filmes e atividades lúdicas para todos, incluindo sessões de colo para bebés dos 6 meses aos 3 anos.

Como já é tradição, as sessões na piscina serão nas Piscinas da Penha de França.

Estão também incluídas 2 longas-metragens para os adultos relaxarem enquanto boiam ao sabor do cinema de culto.

Não podia faltar também a secção IndieMusic onde todos os anos relembramos ou ficamos a conhecer artistas musicais através do documentário. Fazem parte “Orlando Pantera” de Catarina Alves Costa, “Milton Bituca Nascimento” de Flavia Moraes e “La guitarra flamenca de Yerai Cortés” de Antón Álvarez.

Binka Jeliaskova

Nesta 22ª edição, o IndieLisboa dedica a Retrospectiva à cineasta búlgara Binka Jeliaskova, a primeira mulher do seu país a realizar uma longa-metragem. Quatro dos seus nove filmes foram proibidos e só chegaram ao público após o fim do regime vigente. Pela forte influência que teve no Cinema será agora possível ver as 9 longas-metragens da realizadora em homenagem este ano.

Já na secção foco, o IndieLisboa destaca Charlie Shackleton, realizador e artista multimédia britânico com 12 filmes, entre longas e curtas, onde Charlie desconstrói e questiona temáticas através do seu olhar inovador.

O Indie by Night, momento de convívio e celebração, será na Casa do Comum e também num novo bar oficial do festival este ano, o Noir Désir.

Para além da vasta programação voltam também as LisbonTalks, IndieLab e Lisbon Screenings, encontros destinados a pessoas da Indústria do Cinema com novos projectos em desenvolvimento.

Com uma programação vibrante que cruza gerações, geografias e estilos, o IndieLisboa 2025 promete ser uma celebração do Cinema em todas as suas formas. Entre descobertas que nos surpreendem, homenagens que emocionam e noites que vão ficar na memória, esta 22ª edição volta a reforçar o espírito livre, inovador e apaixonado que faz do IndieLisboa um dos momentos culturais mais especiais do ano em Lisboa.