Por Patrícia César Vicente

Fotografias de Inês Melim

Decorria o ano de 2019 quando nós na Parq nos debruçámos para a questão do aumento de cirurgias estéticas entre os 18 e 25 anos.

Certo dia questionei-me como é que iria a moda das intervenções estéticas 5 anos depois…. Vi o Francisco Sá Pena na capa da Forbes, e pelo que li iam bem, cada vez melhor. Mas porquê? O que é que aconteceu? Qual é a mentalidade das pessoas que procuram intervenções estéticas? E não, não é crítica. Aqui defendemos que toda a gente está a dar o seu melhor para se sentir no seu melhor. Mas claro, queremos saber muito mais. Por essa razão liguei novamente ao Francisco Sá Pena, a sua autenticidade foi algo que me marcou desde aquele dia algures em 2019. Mas agora fomos mais longe… O que mudou? Quem é que já se operou ou não? Qual é o futuro da estética? Quais os melhores cremes? E o que é que está a bombar forte ao nível de tratamentos estéticos? E preços, aquilo que ninguém fala, mas nós falamos.

E para sentirem a naturalidade desta conversa, aqui fica integralmente tudo o que foi dito. Vírgula por vírgula. Se há coisa que nos orgulha é a nossa transparência para quem nos lê, e dos nossos entrevistados. E num mundo de estética que se mantenha a coerência e a aceitação de quem somos, do que fazemos, dizemos e sonhamos um dia ser!

Francisco Sá Pena fotografado por Inês Melim

PCV: Olá Francisco, olha, conta-nos aqui um bocadinho, de uma forma resumida, o percurso, a história da NB Clinic.

FSP: Ok, então, a NB Clinic começou e primeiramente abria no Bioclinic em 2018, 2017-2018 e depois em 2021 criei um rebranding que foi a NB Clinic, pronto, eu sempre preferi este segundo, a primeira era um protótipo, digamos assim. O percurso foi de facto, quando comecei na Bioclinic, tudo era diferente no mundo inteiro, era mais fechado, o mundo era mais fechado nesta área, Já existia, mas não havia muita comunicação e nós já tínhamos falado sobre isso há uns anos.

PCV: Agora, a evolução do projeto, como é que dá o salto?

FSP: Dá o salto em 2020 para 2021 com a Covid. Basicamente as pessoas começaram a estar em casa, a olharem para si toda a hora em espelhos fechados, começaram a ver coisas que não viam antes e sobretudo começaram a estar mais ligadas ao telemóvel e à comunicação cibernética. Parte das pessoas, que as pessoas começaram a pensar: “ok, como é que eu trato-me a melhorar da minha pele? O que é que eu posso não gostar em mim?” Isto vem despoletar coisas negativas e positivas, os exageros de alterações físicas, tanto como se calhar as pessoas terem mais awareness de skin care, terem mais noção. E a partir daí o meu negócio.

PCV: Foi…expandiu, não é?

FSP: Sim.

PCV: Desde a última vez que falámos, como é que sentes que tem sido a evolução da estética em Portugal? Ou seja… Nós falávamos em…2019, exatamente.

FSP: Foi em 2019, sim.

PCV: O que é que tu sentes que evoluiu na estética em Portugal, do modo geral, não só ligado à NB Clinic, da tua visão, porque tu tens uma ótima visão e foi isso que te trouxe aqui.

FSP: Sim, acho que é incrível ver a abertura da mentalidade a nível da estética. Existe uma evolução clara que nós estamos a ver, finalmente, que é a evolução da mentalidade. Finalmente pessoas que tinham muitos preconceitos e que já tinham mais de 40 anos, a maior parte. e que diziam que ainda não, ainda não, ainda não, lá após 60, 65, 70 anos, finalmente começaram a perceber que dá para prevenir imensas coisas antes de chegar a essa idade, dá para tratarmos da nossa pele e mesmo prepararmos a nossa pele para um futuro facelift nessa altura, que vai ter muitos melhores resultados porque tens uma pele melhor. Isso tem sido incrível de ver, mesmo em meios que nós não estamos à espera, mas muito conservadores, muito fechados, que estão a abrir as portas publicamente em relação a isto, já se está a normalizar as pessoas falarem entre elas. É incrível ver também no público mais velho, digo mesmo, 55, 60 anos, eu ouvia muito isto, já não há nada a fazer, já não posso fazer nada, pronto, estamos a falar de pessoas que se calhar nunca iam fazer um facelift e diziam já não posso fazer nada e eu vim, eu e acho que todas as clínicas no geral em Portugal, da estética, vêm-me mostrar agora publicamente que isso não é verdade, tu podes ainda tratar muita coisa, não é a mesma coisa, but it’s not over, nós podemos melhorar a tua vida.

PCV: Ok, achas que isso também tem que ver, falando aqui abertamente, preços?

FSP: Sim. Preços.

PCV: Qual é a intervenção mais comum?

FSP: A intervenção mais comum é botox e preenchimento labial. Gira à volta dos 320, 300€. Há sítios que às vezes cobram…

PCV: Ok, e quanto tempo é que dura?

FSP: 6 meses, 3 a 6 meses, 3 a 6 botox, no máximo 6, mais do que isso não, e preenchimento labial 1 ano.

PCV: Achas que as pessoas tinham a ideia de que esses procedimentos eram mais caros? Antes? E que talvez fosse isso que nos levasse a não arriscar?

FSP: Assim, isto é uma pergunta já um bocado complicada, porque acho que sim, mas quando se habituaram a estes preços também querem mais baratos e depois vão à procura de uns que são 180, 100 e que lhes dão três vezes mais problemas. Quando é para ti lembra-te que tu só tens um corpo e uma pele, tu não queres saber do preço, como é óbvio depende sempre da tua circunstância de vida, mas por exemplo, eu tenho uma paciente que chega aqui e larga mil euros e é indiferente, como por exemplo, tenho uma miúda e aquilo faz-lhe muita falta e é importante para ela, ela vai juntar o dinheiro. Às vezes tenho pacientes que me dizem assim, eu não vou já, mas em novembro, dezembro estou aí porque estou a juntar para ir fazer o meu preenchimento labial. É importante para elas, porque autoestima, valorização, valorizarem-se elas próprias, sentirem que estão a mudar alguma coisa, que estão bonitas, que não estão paradas, faz parte do estímulo.

PCV: Então, achas que neste momento, as coisas estão mais caras? Ou seja, acaba por ser a prioridade de alguém, da mesma forma como há pessoas que todos os meses que têm 100€ para o ginásio?

FSP: Qual é o teu mindset? Qual é o teu tipo de self-care? Onde é que tu queres investir? Aquilo que tu guardas, aquilo que tu juntas, queres gastar aonde? E também vou sempre dizer isto e direito de todas as entrevistas que eu dou. Gasta-se em álcool. Então, pronto, a pessoa gasta em álcool porque quer. Então pronto, mas é uma prioridade. Gasta-se em tabaco. Então, mas gasta-se nas drogas, gasta-se nas…Estás a perceber? Tem a ver com prioridades. Têm prioridades. E esse dinheiro que o paciente gastou em tabaco, em álcool, se eu o guardar, dá-me uns fáceis 320€. Há pessoas que são assim, há pessoas que não são assim, nós não podemos ter tudo na vida.

Francisco Sá Pena fotografado por Inês Melim

PCV: Eu também queria ter uma coisa, mas também não posso porque estou a fazer X. É isso que define. Isto aqui é óbvio, eu adoro viajar e, portanto, gosto tanto de viajar, estou sempre a viajar, a aprender com outras coisas.

FSP: Exatamente, é a prioridade de cada um. Agora, que temos de assumir algo, sobretudo agora, em 2024, para a frente, nós estamos a viver uma era de alterações gigantes na nossa mentalidade. O ano de 2024 tem provado desde o início do ano que as mudanças estão a ir a cataclismos e isto vem a mostrar uma coisa nova que é o self-care saudável está na moda. Está na moda nós gostarmos de nós de uma maneira mais saudável, mais prioritária e sem tantos exageros. Uma coisa mais orgânica e a medicina estética tem altos e baixos em exageros e agora está naquele médio que eu gosto. Eu estou-me a identificar com esta era que é trata de ti de uma maneira tranquila, de uma maneira ponderada, ter bom senso: O bom senso está na moda este ano, está-se a mostrar que é, vamos descobrir novas coisas, vamos descobrir novas técnicas, novas maneiras de pensar, isso para mim é a maior evolução da humanidade a nível estético até agora, isso tem sido incrível.

PCV: Dá-nos uma sugestão, isto não estava previsto, mas por acaso ouço as pessoas perguntarem, geralmente a maquilhadores… um bom creme, um bom creme para miúdas com 20 anos, um bom creme para miúdas com 30 anos, um bom creme para miúdas com 50 anos.

FSP: Então, um bom creme hidratante, não é?

PCV: Hidratante que tu recomendes diariamente. E aqui o objectivo é dar aos 20, aos 30 e aos 50 um bom creme para cada uma dessas gerações.

FSP: Eu diria que para miúdas um must have de uma jovem, diria Kiehl´s All Day Cream, depende do tipo de pele, atenção, que eu depois tenho que consultar o dermatologista delas, mas tu tens dois tipos. Tens um All Day Cream. E depois tens para peles oleosas No Oil Free Water Based Cream. Ok, em Kiehl’s. É light, não é pesado, não tem fórmulas de muitos químicos, é uma coisa mesmo jovem. Para pessoas de 30 anos eu recomendo Advanced Hydration Skin Ceuticals porque os primeiros sinais de envelhecimento começam a partir dos 26, 27, eles manifestam-se devagar E a partir dos 30 há ali uma quebra, sobretudo em pacientes de sexo feminino, a quebra de colagênio. E a SkinCeuticals ajuda muito na reposição, depois associada a outros produtos deles, de sérums, mas o creme deles, depois envio para ti, agora não estou bem a saber o nome exato, mas eu mando-te o creme deles, mas é Advanced Care da SkinCeuticals Hydration.

Para 50, por experiência, aquilo que nunca falhou até hoje e não falha é a Guerlain.

PCV: Sério?

FSP: Sim, a Guerlain não falha. Atenção, a melhor marca do mundo de skincare privada, cientificamente, é a SkinCeuticals, sem dúvida. Mas a Guerlain tem um produto deles, chama-se Orquídea Imperial, que é um muito, muito bom… mas é muito caro.

PCV: 300€ ou mais, não é?

FSP: Eu tenho um e tipo, quando eu uso… eu faço, e quando uso aquele creme eu fico com um lifting na cara… E da SkinCeuticals para mulheres com 50 anos, também há um, é um 50 plus, é mesmo 50 plus advanced care. A SkinCeuticals é a minha marca preferida de skincare.

PCV: E em termos de preços, varia de quantos a quanto?

FSP: Se querem poupar e têm uma boa genética, Nivea. A Sofia Alves só usa Nívea.

PCV: A sério?

FSP: Sabias? A Sofia Alves só usa Nívea. Ela não faz mais nada. Sabes porquê? A Nívea é usada na fórmula da Guerlain.

PCV: Não fazia ideia.

FSP: Sabes que a pessoa que criou a Guerlain foi uma das pessoas que trabalhou na Nívea. E a fórmula da Nívea é a mesma coisa na Guerlain mas com o alvo. É uma coisa que quase ninguém sabe. Se eu escrever isso, se nós agora escrevermos isto na revista, vai toda a gente comprar latinha azul. E se quiseres, eu não sei até que ponto é que isto é cientificamente verificado, mas é muito falado, é muito falado. Mas digamos que para coisas mais baratas, temos cremes que funcionam bem da Avène, temos algumas coisas boas, temos a Bioderma.

PCV: Há uma marca que agora que toda a gente está a falar que é a Ceravê…

FSP: Por exemplo, olha, bom exemplo, exactamente. Mas isso não é creme, é mais gel de limpeza.

Sim. Mas se queres uma marca low budget que funcione para tu começares, e tu ainda não tens uma skincare avançada vai para uma Ceravê, acho que sim. Quando queres coisas mais avançadas e estás disposto a isso, passas para uma Kiehl’s. Ok. Para mim a melhor preço-qualidade é Kiehl’s, não é cara e a qualidade é estrondosa e cientificamente provada. O laboratório da Kiehl’s, ou seja, o marketing da Kiehl’s é o mesmo marketing da SkinCeuticals, portanto é só pensarem. Simplesmente não podem estar juntos na maneira como se expõe.

PCV: Já temos aqui uma ideia, não estava previsto, mas é uma coisa que as pessoas questionam, e portanto percebemos aqui desde o mais barato ao mais caro e passando por diferentes públicos…Obrigada Francisco! Há uns anos falavas que as miúdas e mulheres que chegavam aqui à tua clínica, com fotografias da Kim Kardashian, Bella Hadid e Kylie Jenner. Neste momento quem são as referências? Porque houve ali um over!

FSP: Um over! Todas pela Europa têm todos os mesmos lábios e a mesma cara. E na altura era verdade.

PCV: Foste a primeira pessoa que me disse isso. E depois eu comecei a reparar e era tudo verdade. Na altura eram as referências: A Bella Hadid, a Kim Kardashian e a Kylie Jenner.Verdade. E agora?

FSP: Kylie Jenner fora. Já foi. Já não é. A única dessas que se mantém é a Bella Hadid, porquê? A Bella Hadid é um ícone quase… eu falei dela há pouco tempo, até na página, fiz uma crítica em relação à organização dela, uma crítica por acaso bastante positiva, mas a Bella Hadid não é um bom exemplo… A Bella Hadid tem cirurgias desde muito cedo, tem alterações quase impossíveis de atingir. A Bela Hadid é metade árabe, metade holandesa, é uma mistura muito exótica, já ela por si, antes das cirurgias. Os árabes têm muito boa predisposição, é muito fácil trabalhar a cara deles, a lombar, o estilo de rosto, mais uma beleza nórdica junta, é muito exótica. Logo, não estamos só a falar de cirurgias plásticas, a base dela já era exótica, depois ela fez alterações. E ficou perfeita. Ela ficou tão perfeita que ela parece um alien, ela não parece um humano.

PCV: Em termos de corpo, por exemplo?

Não, não pedem Bella Hadid. Eu ia-te dizer, a segunda pessoa que veio muito à moda, muito, muito, muito, muito mesmo, é a Kendall Jenner.

PCV: A sério?

FSP: As pessoas adoram a Kendall. Gostam muito dela. Quando falam de Kardashians, é a Kendall para trás, a Kendall para a frente, porque a Kendall tornou-se um quase…“Ah, ela é a Kardashian natural, zero natural, mas…”

PCV: É que ela está muito operada, não é?

FSP: Sim, está muito operada, mas as pessoas gostam da Kendall Jenner, já não é tanto a Kim, as pessoas já não falam na Kim, já não falam na Kylie, falam na Kendall, falam em tudo aquilo que é tipo, ah, ela mexeu, mas está bem natural. Olha, pessoas que têm falado muito, Christina Aguilera, têm-me pedido muito…

PCV: Ok. Pedem muito, mas as miúdas mais novas.

FSP: Sim, as miúdas agora pedem-me Sabrina Carpenter, Madison Beer…É, por aí.

PCV: Ok, já agora vamos aqui a um pequeno quiz. Diz-me três personalidades de pessoas em Portugal que estejam mexidas, e que seja tão discreto que poucas pessoas sabem, mas que o teu olho clínico permite ver.

FSP: Pessoas que mexem, mas que estão naturais. Isso é difícil. Porque há pessoas, estou a pensar, Mais velhas…As pessoas mais velhas, não é? A Sofia Alves nunca fez nada, tenho a certeza.

PCV: A Sofia Alves nunca fez nada?

FSP: Não. Uma pessoa que eu não tenho a certeza… Catarina Furtado. Ah, sim, olha, boa.

É isso mesmo. Fez? Fez, claro. Fez, mas está perfeita.

PCV: Sílvia Alberto?

FSP: Sílvia Alberto… Sim, já deve ter feito ali umas coisinhas muito subtis, está maravilhosa. Se fez, ninguém percebe.

PCV: Bárbara Guimarães?

FSP: Não é o meu tipo de referência.

PCV: Mas já fez alguma coisa?

Claro, já fez e nota-se.

PCV: Liliana Campos?

FSP: Boa, um ótimo exemplo. Outro exemplo, Liliana Santos…

PCV: Ah, ela é amorosa, estive com ela há relativamente pouco tempo. Liliana Santos. Maravilhosa.

FSP: Isso, isso é o melhor exemplo. Ela é um bom exemplo, é um ótimo exemplo. É uma mulher que trata, faz… Ela sabe andar nisto. Depois, Jessica Athayde, para mim, é um ícone. Não é muito fácil ter a pele da Jéssica.

PCV: Ok. Porquê?

FSP: Não é fácil, porque ela tem uma pele muito branca e sardenta, hardcore, quase russa, não é? Para mim, os três ícones que eu escolheria, não sei se se pode usar ou não, de… nem precisas de dizer que é mexeram na cara, de natural beauty, que depois se mexeram ou não é com elas, é Catarina, Jessica e a, não vamos pôr a Liliana, a Fernanda Serrano, estás a perceber? Ok. Estas três pessoas, eu fico… Jessica Athayde, Catarina Furtado e a Fernanda Serrano. São três ícones diferentes, altamente diferentes umas das outras. Ok, sem dúvida. E que tu ficas tipo ok, isto sim está a ser bem acompanhado.

PCV: Neste momento, depois de todo o crescimento, o que é que ainda pretendes criar ou achas que ainda falta criar em Portugal e que tu vais ser o pioneiro?

FSP: Então, o que é que eu acho que falta? Até agora consegui instituir nas pessoas que tu podes alterar o que tu quiseres, que não tens que ser julgado, muda o que tu quiseres, quando quiseres deixo que seja por ti, isso era o meu primeiro passo, que era quebrar barreiras, depois tratar da pele, agora vamos para a terceira, que é a saúde levada ao limite. Eu gosto, eu sou mesmo obcecada por isso, por saúde. Eu gosto até onde é que nós podemos ir com a nossa saúde e bem-estar. O meu próximo foco em Portugal será, sem dúvida, eu apostar na medicina hiperbárica. A medicina hiperbárica é importantíssima na manutenção dos seus órgãos na cicatrização, no teu bem-estar, na tua respiração, no teu desenvolvimento muscular e é zero explorado em Portugal. A câmara hiperbárica renova celularmente, faz bem ao cérebro, faz bem ao teu… é 100% oxigênio no teu corpo, renovação celular. Isto vai ser o futuro.

PCV: Fala-nos dos seus projetos de expansão fora de Portugal.

FSP: Ok, fora de Portugal os meus projetos são sem dúvida o Medio Oriente, já tinha falado disso.

PCV: Sim, falaste isso na Forbes, abertamente.

FSP: Exato. Mais focado ali em Arábia Saudita, por aí, porque sinto que querem, gostam, eu tenho bons desenvolvimentos lá, gosto da maneira como eles trabalham, identifico-me com a maneira como eles estão a começar a trabalhar nesta área e sempre foi do meu interesse, eu sempre gostei muito do Médio Oriente e nunca escondi isso.

PCV: Por ser um mercado com muito dinheiro?

FSP: Sim, mas sobretudo porque há muita gente que tem uma ideia premeditada do Médio Oriente e que acha que eles são muito close-minded em tudo. Isso é mentira. A parte do Kuwait, Qatar, Arábia Saudita, que estão um bocado mais à parte desta situação de guerra, eles estão em extremo desenvolvimento e, para além do poder, eles têm poder de compra. Eles não têm a produto. Eles não têm pessoas em quem confiar. E eles gostam de interlaçar as conexões que têm com produtos europeus. Isso é muito interessante para mim, eu gosto, identifico-me com a maneira como eles trabalham, claro que o poder de compra é muito importante, mas eu gosto também como a mentalidade no Médio Oriente está a mudar de ok, agora tratar, porque eles eram os primeiros a ser muito exagerados nos filmes, eles eram…

PCV: A sério?

FSP: Sim, se faz ver as celebridades árabes de 2004, assim… Tudo em exagero, muito exagero estético. A Elisa, que é uma das melhores cantoras de lá. E agora não. Começou no Dubai, porque é sempre aí que começa, e depois lá por fora. E eu quero, gosto muito.

PCV: Se puderes adivinhar uma tendência estética para daqui a dois anos, qual é que vai ser?

FSP: Dois ou três anos vai ser…Invisible procedures, que é tipo…, mais hardcore, que é, tu vais ver uma pessoa com 50 anos undetectable, exatamente, undetectable procedures e há pessoas que vão dizer assim, ah, mas então é porque ela não fez nada, fez mas em poucas quantidades. Não, ela fez… Os lasers, os ultraformers, mais os bioestimuladores vão criar…. Esquece, os fillers de alteração, vai ser… A tua pele vai estar em tão boas condições, fora do normal que tu vais parecer tipo porcelain. Sem alterações físicas. Isto vai ser a tendência daqui a dois anos.

PCV: Através de laser?

FSP: Apenas. Através de fillers também, mas em quantidades minúsculas, com muita água, com muito leves, nada densos, não esquece a água, muito pouco densos. Mas sim, à base de lasers, à base de biostimuladores injetáveis, de escultura, de radiese diluído, vai ser estes produtos bem trabalhados com bioestimuladores como Ultra Farmer, Fotona, Pico para remover manchas, BBL, estes vão ser o futuro para totais undetectable procedures.

PCV: Francisco, terminámos a entrevista, obrigada, até daqui a dois ou três anos a confirmarmos a teoria.

Texto publicado em PARQ_81.pdf