Sangue Novo

Todos os anos em Outubro durante a Lisboa Fashion Week, desfilam os selecionados ao Sangue Novo supported by Seaside e no final são anunciados os cinco finalistas que competem aos prémios ModaLisboa x IED – Istituto Europeo di Design e ModaLisboa x RDD Textiles Os finalistas são :Dri Martins, Duarte Jorge, Francisca Nabinho, Gabriel Silva Barros e Ihanny Luquessa que quisemos conhecer melhor lançando um conjunto de perguntas sobre a coleção que apresentaram e a sua condição de jovens designers de moda.

Francisca Nabinho

Francisca Nabinho vive e trabalha em Lisboa. Com formação em Design de Comunicação e licenciada em História da Arte pela Universidade Nova de Lisboa, encontra-se atualmente a finalizar o mestrado em Design de Moda na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa. Durante o seu percurso académico, estudou em Itália e realizou um estágio em Copenhaga, com as marcas The Garment e Designers Remix.As artes plásticas e a natureza são influências centrais nas formas e padrões que cria. A Designer dedica-se à pesquisa e integração de materiais naturais no seu trabalho, sempre em harmonia com os temas e conceitos dos seus projetos.

O que representa para ti passares para a segunda fase do Sangue Novo?
Representa uma conquista pessoal e profissional e uma responsabilidade. Ser uma das 5 finalistas é, para mim, um reconhecimento do trabalho intenso e das ideias que tenho vindo a explorar. Esta é uma plataforma muito especial e importante para jovens designers em Portugal, e poder continuar no concurso traz-me uma grande motivação para continuar a evoluir e dar mais visibilidade ao meu trabalho. 


Qual foi a inspiração da coleção apresentada?

A coleção “Vagar” inspira-se numa reflexão profunda sobre o ritmo acelerado da vida atual e sobre a importância de apreciar o tempo. O próprio nome da coleção, “Vagar”, sugere esta necessidade de abrandar, fruir e de nos dedicarmos a processos mais lentos. Para mim, “vagar” não só reforça a importância de criarmos com tempo e propósito, mas também coloca em destaque técnicas sustentáveis e demoradas. Trabalhei com tecelagem manual e criei cristais de sal para trazer brilho natural às peças, rejeitando materiais sintéticos. A estética e os materiais inspirados no mar refletem a busca de harmonia e calma onde nada é imediato. Cada peça tem uma história e tempo investido, o que traduz o conceito de moda sustentável de forma íntima e artesanal.


O que esperas do teu país enquanto jovem designer?

Enquanto jovem designer, espero que Portugal continue a investir no futuro da moda sustentável e que valorize o design como parte fundamental da nossa cultura e economia. É importante que o nosso país crie oportunidades para que designers emergentes possam explorar as suas ideias e desenvolver projetos inovadores. Vejo muito potencial em Portugal para ser um polo de inovação e sustentabilidade na moda. Acredito que a cultura e o talento jovem em Portugal merecem mais reconhecimento e apoio.


Quais são os planos para o futuro?

Para o futuro, pretendo continuar a explorar as vias da sustentabilidade e da inovação no meu trabalho. Quero aprofundar a pesquisa de materiais naturais e sustentáveis, e desenvolver uma linguagem estética que una as minhas influências artísticas com as preocupações ecológicas. Pretendo também solidificar a minha marca, que iniciei experimentalmente há dois anos. A longo prazo, gostaria de contribuir para uma moda que respeite o planeta e ofereça uma visão alternativa à fast fashion, com uma abordagem autêntica, sustentável e ligada aos processos e técnicas artesanais.


O que significa para ti “Singular”?

Para mim, “Singular” representa a autenticidade e a capacidade de criar algo único, que reflete a individualidade do designer e do processo criativo. “Singular” é também a busca constante por uma expressão própria, que se destaca pela sua originalidade. “Singular” é não seguir tendências.

@franciscanvinho_studio