Festival MUPA. Começa hoje, quarta-feira,
texto de Sofia Seixo Garrucho
O festival bejense regressa à cidade no dia 22 de junho, com concertos de Föllakzoid, África Negra, Rian Treanor, Aya, Manuel João Vieira. Um conjunto de exposições, conversas e entre outras atividades preenchem ainda o programa que decorre até ao dia 26 de junho, domingo.
“O MUPA – ou Música na Planície – nasceu da necessidade de descentralizar a cultura em Portugal e trazer novos sons à cidade de Beja”. Esta terceira edição, traz à capital do baixo Alentejo uma vasta gama de sonoridades e expressões artísticas mundiais. Contam com os veteranos África Negra e também com novos talentos já com impacto internacional; DJ Diaki e De Schuurman (do coletivo ugandês Nyege Nyege), Baba Sy e Mbodj (do Jokko collective, sediado em Barcelona) e ainda João Melgueira, o conterrâneo do festival conhecido pelos seus ecléticos DJs sets e por encabeçar a editora discográfica independente, a Alienação.
O MUPA recebe também a portuguesa Clothilde, mestre das máquinas analógicas, a produtora e DJ, Lapili, que tem vindo a marcar terreno no perreo, e ainda os DJs lisboetas Viegas e DJ Firmeza.
Do Reino Unido juntam-se Rian Treanor, o produtor de eletrónica experimental e Aya, anteriormente conhecida como LOFT. Também Manuel João Vieira da banda-ícone e culto Ena Pá 2000, se apresenta em formato trio; o fadista Fernando Jorge junta-se a Ivan Cardoso e Sandro Costa; e em representação do cante alentejano, o Grupo Coral Papa Borregos de Alvito. Os residentes de Beja DJ Stá e Hang the DJ também integram as madrugadas do cartaz.
A residência artística deste ano ficou nas mãos de Tellurian, um projeto de Carincur com João Pedro Fonseca (Zabra) e o Coro do Carmo de Beja. Durante cinco dias, o corpo e a voz tornaram-se num ponto de partida para um diálogo entre as correntes tradicionais mais ligadas à matéria orgânica e as correntes contemporâneas ligadas ao digital. O resultado será apresentado a 23 de junho, no Salão da Santa Casa da Misericórdia.
As atividades paralelas aos concertos também já foram anunciadas. Na quarta-feira (22 de junho) são inauguradas as exposições de Vilas e Cláudia Sofia n’A Pracinha, seguidas do documentário “Batida de Lisboa”, de Rita Maia e Vasco Viana. A entrada é gratuita.
Na sexta-feira, Halima, coreógrafa da artista Lapili, promove a aula de dança “Dancehallyourself”. No sábado, em parceria com a CVLTO, acontecem as conversas “África – Musicalidade, herança e língua em diferentes gerações de músicos” com África Negra e Ghoya, “Papéis de género, sexualidade e desconstrução – limitações e liberdades no mundo da música atual” com Gadutra e Lapili; no domingo o workshop “Português Ritmado – Trajetos melódicos de um idioma” e a conversa “Nova escola – identidade geracional e o sul português como berço de produção musical e cultural”, com Cookie Jane, DJ Stá e Neusa Pedro do Núcleo de Estudantes Africanos de Beja.
A programação completa, assim como os novos bilhetes estão disponíveis em festivalmupa.pt.