Texto: Jéssica Lima
Sempre que Beyoncé lança um álbum novo, é considerado um evento no mundo da arte. A artista é conhecida por incluir obras de artistas aplaudidos pela comunidade negra, e Conrad Egyir é um dos artistas em destaque no novo álbum visual de Beyoncé, Black Is King (2020).
CONRAD EGYIR nasceu no Gana, formou-se há dois anos no programa de MFA da Cranbrook Academy of Art, em Detroit. As obras do artista têm como base a experiência de viver no Aburi e na sua nova casa, os Estados Unidos.
Os trabalhos do artista demonstram personagens que residem em três áreas geográficas: Detroit, Nova Iorque e Aburi, Gana, e a forma como cada cultura debate questões de cidadania, migração, política e religião. “Terra Nullius” é a nova exposição do artista que reúne características dos três locais, criando um espaço desprovido de construções políticas e legais.
As pinturas de Egyir analisam os temas da ética, honestidade, identidade e sociedade, abordando a cultura americana contemporânea, referências bíblicas e iconografia do Gana. As telas do artista assemelham-se a postais, selos e folhas de caderno através de materiais que incluem óleo, acrílico, madeira e flores de tecido.
As influências africanas permitem uma desconstrução dos assuntos através da linha do tempo, o pintor escolhe realizar várias representações da mesma personagem numa única tela alterando a sua pose, tom de pele, tamanho, ou roupas.
O artista cria espaço para que um adulto se possa tornar uma criança, homens em mulheres e nobres em plebeus. As personagens de Conrad Egyir assumem papéis de protagonista e antagonista, amigo ou inimigo que cabe ao espectador retirar as suas próprias ilações.
A missão das obras de Egyir passa pela procura da desconstrução de ideais, que é dada a cada pessoa, seja pela sua idade, sexo, raça, ou, classe social.
Conrad Egyir recebe influência de obras de artistas como: Kerry James Marshall, Jacob Lawrence, Charles White e Kara Walker que se destacaram em diversas formas de cultura popular.
Em 2020, as obras e Egyir foram adquiridas pelo Museu de Arte Perez de Miami, enquanto no passado julho, o Museu de Arte Contemporânea de Detroit abriu a primeira exibição institucional do artista.