EARTHSHIP

Texto por Rafael Vieira

O arquitecto Michael Reynolds criou o conceito de bioconstrução Earthship na década de 70. Aprimorou-a ao longo dos anos até atingir a maturidade actual, prometendo não mudar o mundo, mas certamente providenciando uma alternativa capaz às técnicas de construção convencional. E se a ideia de autonomia está reflectida no nome – de spaceship, ilha, como uma entidade autónoma – este extravasa a palavra e apresenta-nos um ideal assente em soluções energéticas e construtivas eficientes e sustentáveis. Mário Roriz, engenheiro fundador da Earthship Experience, responsável pela implantação das Earthship em Portugal, considera-as não apenas «um conceito de construção, mas um conceito de vida.

A harmonia nos princípios em que assenta a Earthship faz com que as Pessoas melhorem claramente a sua qualidade de vida». Isto é tão verdade quanto nos aproximamos do conceito, ao percebermos o sereno diálogo que a construção estabelece com o local onde se localiza e pela integração de tecnologias verdes e do upcycling. Mário Roriz sintetiza as Earthship: «O uso eficiente de materiais que em condições normais seriam descartados [como pneus, por exemplo], o uso das Energias Verdes Sol e Vento, o cultivo de alimentação biológica, as questões térmicas passivas e o não recurso a máquinas, o aproveitamento da água da chuva para vários fins e o tratamento passivo dos resíduos que o espaço produz são os fundamentos em que a Earthship assenta. Tudo de uma forma perfeitamente harmoniosa». Há diversas Earthship a despontar em Portugal, algumas já em construção, outras ainda no estirador ou em consulta camarária, a fase mais complexa, assinala Mário. Ainda que o conceito não seja recente, de longe, já é antigo de décadas, é uma alternativa inovadora e cada vez mais credível.

Texto de Rafael Vieira para PARQ_70.pdf (parqmag.com)

Site: Earthship Experience