A exploração do déjà vu com a Bárbara Atanásio
texto de Flora Santo @florasq
fotografia de Kelly Palma @kellyp.photo
Cada ano, a ModaLisboa destaca dez dos designers mais prometedores da nova geração do país. Esta edição SS24 revelou um elenco fresco e diversificado do qual foram selecionados seis finalistas: Bárbara Atanásio, Isza, Maria do Carmo Studio, Gabriel Bandeira, Diogo Mestre e Çal Pfungst, que divulgarão uma nova coleção em Março. A Parq apresenta-vos cada um dos seis talentos, reflexo do potencial, da criatividade e do entusiasmo da moda emergente portuguesa.
Hoje reunimo-nos com a Bárbara Atanásio cujo trabalho oferece uma reflexão sobre a descoberta dum país já admirado e do seu quotidiano.
Parq: Quais foram as inspirações para a tua coleção?
Bárbara Atanásio: A minha maior inspiração foi uma viagem que eu fiz ao Japão. O conceito derivou tudo a partir daí. Nessa viagem nós temos muito aquela expetativa do que é que vai ser, depois quando chegamos lá na realidade temos dois mundos que estão em dualidade entre si, que é a realidade e o que nós tínhamos achado que ia ser. E então nós vivemos quase um déjà vu constante. Especificamente, eu inspirei-me na Fruits Magazine, que é uma revista japonesa, no estilo de Harajuku e nos anos 90.
Parq: Dê-nos três palavras chaves para definir a tua marca.
Bárbara Atanásio: Eu acho que a minha marca quer experimentar, quer acolher os novos desafios – por exemplo, quer ser sustentável, quer inventar ao máximo, ir sempre crescendo com os desafios que nos são lançados. E eu acho que quer ter piada e fazer com que as pessoas se sintam bem.
Parq: Quais são os designers, portugueses ou estrangeiros, que te inspiram mais?
Bárbara Atanásio: Há muitos designers, eu acho que estou sempre a mudar. A energia dos jovens designers me inspira muito, como por exemplo as designers por trás da marca Chopova Lowena.
Parq: O que é que desejas para o futuro da moda portuguesa?
Bárbara Atanásio: Eu desejo que seja mesmo preparada para levar este passo em frente, para conseguirmos continuar a poder fazer o que queremos porque se continuarmos desta maneira, não vai a lado nenhum. Portanto queria mesmo que fôssemos pioneiros nisso, até porque nós temos uma indústria muito boa, com muita capacidade e eu acho que é essencial conseguirmos pegar nisso para levar este passo em frente.