O que veio primeiro: a arte ou o ativismo? Com a gentrificação desenfreada a consumir Lisboa por dentro e a bolha imobiliária a tirar tetos a famílias, estudantes e millennials, a revolta só não basta. Aimée Pedezert é uma ativista artística, promovendo o direito à habitação em Lisboa – nas paredes, nas ruas, em todo o lado. Aimée, Francesa, com formação em Línguas e Mediação Cultural, faz do desenho a sua arma contra a crise habitacional descontrolada. Afinal, todos precisamos de uma casa em Lisboa.
Aimee como começaste a desenhar?
Sempre desenhei, faz parte do meu quotidiano desde a infância.
Como caracterizas o teu estilo de desenho?
Desenho de maneira muito impulsiva e aproximativa, para um resultado bastante ingénuo, até desajeitado. E sempre com tinta de china.
No que te inspiras?
Inspiro-me nas cenas diárias do teatro humano. Sair de casa e abrir os olhos – está lá tudo.
Fala-nos um pouco sobre os teus desenhos de pessoas que precisam de uma casa em Lisboa?
Esses desenhos querem trazer à luz a crise habitacional em Lisboa. São uma mensagem simples e exposta diretamente ao olhar de todos. Não há nenhum conceito. As pessoas precisam de casas. E muitas.
Onde é que as pessoas podem ver e adquirir os teus trabalhos?
Na rua e no meu Instagram
No que estás a trabalhar agora?
Estou a iniciar ateliers de arte para crianças em Lisboa, às Quartas e aos Sábados. São tempos muito felizes, que fomentam o jogo e a malícia da imaginação de cada uma, através da criação de uma obra coletiva. Brincar ao máximo para aprender melhor.
Também estou a trabalhar em alguns projetos de ilustração em colaboração com músicos, e em outros que ainda são segredo!
Texto de Joana Teixeira para a revista Parq /edição de Outubro 2019