Viagem a mim mesmo – primeira estação: Coreia do Sul
texto e fotografia de António Barradas
Perdi-me na tradução de mim mesmo e vim dar a este beco com saída para uma cabeça limpa da poluição que a habitava.
Não havia ruídos do passado, buzinadelas do futuro, ou o estrondo da consciência a saltar pela janela. Ali, nestas ruas repletas de vidas cruzadas, era eu sozinho. Não contra o mundo, mas a deixá-lo levar-me na sua maré. Boiava se visse que estava a perder as forças e nadava quando via sentido em chegar. Fosse onde fosse. Só para descobrir mais um pouco.
A descoberta será sempre a de nós próprios primeiro. Depois de quem somos connosco. Um passo para o lado e vemos a pessoa em que nos tornamos sem os outros. No fim de tudo, usufruímos de nós e percebemos que não há conforto maior do que a liberdade de estarmos em paz nos dá.