Texto de Daniel Bento

O ano de 2020 apresentou inúmeras barreiras à produção de moda, que correu atrás de soluções. No meio de um cenário tão atípico, porém, a marca de moda masculina Ernest W. Baker conseguiu, entre muitas vendas e várias estreias, ter um ano de sucesso.

Do Porto a Paris, as propostas da portuguesa Inês Amorim e do norte-americano Reid Baker, os fundadores da marca, viajaram pela Europa. Em julho, estrearam-se na Semana da Moda de Paris e, em outubro, tomaram de assalto a passarela do Portugal Fashion com um objetivo: contar a sua história.

A identidade da marca, que privilegia a linhagem de ambas as partes da dupla, não pode deixar de estar presente na coleção. Partindo do nome, que presta homenagem ao avô de Reid Baker, a história familiar dos designers também se inseriu nas propostas para a estação quente de 2021.

“A coleção foi feita durante o confinamento e, por isso, foi muito inspirada por essa altura, em que estivemos a ver vídeos de família, os arquivos dos dois. Foi uma mistura do tempo antigo e do tempo atual”, revela Inês Amorim à imprensa.

Criou-se um desfile pontuado por um caráter pessoal, numa apresentação digital que descortinou a coleção e mostrou um pouco da cidade de Viana do Castelo, onde está sediada a marca. É esta valorização das raízes que justifica a importância de, embora já não existam limites geográficos, a dupla poder fazer parte da moda portuguesa.

Apesar da variedade de mercados, que se encontram nos vários continentes, o sucesso da marca verifica-se essencialmente num público mais jovem. Encantados pelas linhas clássicas da marca. os consumidores entre os 20 e os 30 anos são os mais interessados nas peças.

Em 2021, o roteiro internacional continua. O ano começou com o regresso ao calendário de Paris, em janeiro, para a apresentação digital da coleção Outono-Inverno 2021. Nas novas propostas, que passam pelo conceito de roupa off-duty, a coleção afasta-se do tradicional vestuário da marca e olha em novas direções.

Com um público cada vez maior, continua a haver margem para crescer. Seja através do aumento das vendas, do desenvolvimento da marca ou da produção de novas coleções, as metas são muitas. Afinal, o futuro é cada vez mais incerto, mas parece sorrir a Ernest W. Baker.

Texto de Daniel Bento para a revista PARQ #69 , Março de 2021 PARQ_69.pdf (parqmag.com)