Texto: Rafael Vieira

À frase que serve de corolário a este artigo, Mathieu Frossard soma-lhe um lacónico e poético «Eu gosto de fazer coisas». Este artista e designer francês, formado na prestigiada Design Academy de Eindhoven, revela um trabalho artístico situado algures no encontro do craft com a arte e com o design. Ao contemplar estas diversas facetas do seu processo, ele propõe-se diluir-lhes os limites e a quebrar qualquer tipo de hierarquia que conduza a que uma das práticas se sobreponha sobre as restantes.

Não procura algo de específico com o seu trabalho, exceto o expressar-se na forma mais livre possível. A estas temáticas, juntam-se as noções de função e de estética, que Mathieu considera que podem ser uma e a mesma coisa. De certa forma, diz: «A forma de um objeto é já de si uma função, e essa função é a de criar uma ligação visual entre o objeto e o observador». Após tentar definir a noção de Belo, determinou que esta é uma noção aberta que se vai modificando consoante a sensibilidade, as referências e as experiências de quem observa.

Mathieu acrescenta: «Eu dou referências, o meu corpo de trabalho é como uma colagem de referências estéticas, de formas e de materiais, que oferecem múltiplos caminhos para que o apreciem. Todos temos uma definição bem pessoal do que é o Belo». A apreciação da obra artística é o seu prolongamento, a sua apropriação por quem a contempla. Mathieu conclui: «Assim que uma obra é libertada no Mundo, ela deixa de ser minha».

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