Edição 57, Março 2018
Texto: Sara Silva
Nascido em Lisboa, RICARDO iniciou o seu percurso académico na capital portuguesa, passando mais tarde pela Universidade da Beira Interior. Design de Moda foi o curso escolhido, mas, segundo RICARDO, foi uma opção considerada “como uma birra” para não ter de estudar Pintura, que é atualmente a sua prática. Chegou à conclusão de que a Pintura seria o que queria fazer da vida. Porém, não quis prosseguir estudos por acreditar que o sistema de ensino não iria acrescentar nada à sua formação, sendo que começou a estudar em casa. As técnicas de preferência utilizadas no seu processo de criação são o aerógrafo, o spray e acrílico. Mas, não se fica por aqui.
RICARDO está sempre disposto a desenvolver outras potencialidades que permitam refletir a desunião da pintura e escultura e focar-se no método de forte expressão gestual.
É conhecido por ser um artista que valoriza a tentativa do inesperado e pelas referências que faz a supermercados, como é o caso das obras alusivas ao hipermercado LIDL. Contudo, explica, hoje em dia olha para essas referências “como se fosse uma planta ou uma temática que se tenha tornado banal”, por achar que atualmente “pegar nessas marcas e logos está a tornar-se uma cena”.
RICARDO , diz também, não pretende transmitir nenhuma mensagem em particular. O objetivo é criar reações naqueles que veem e apreciam as suas obras que, no fundo, se tratam de investigações não-objetivas.
De momento, RICARDO faz parte de duas exposições coletivas, uma em Nova Iorque, na Galeria Pablo’s Birthday, e outra na Workbench International em Milão. Futuramente, irá ser elemento de uma coletiva no Vestjyllands Kunstpavillon em Berlim e também na Galeria Ruttkowski68.
Duas exposições individuais programadas seguir-se-ão —uma na Galeria Eduardo Secci em Florença e outra na Hawaii Lisbon, na Parede. Com um enorme reconhecimento internacional e uma agenda bastante preenchida, o artista sente-se muito orgulhoso do caminho que percorreu até ao momento. Contudo, lembra que as suas maiores e melhores conquistas ocorreram lá fora e não no seu país de origem, o que o leva a confidenciar-nos que o seu trabalho é quase inexistente em Portugal. Não por opção própria, mas sim porque nunca lhe foi dada a oportunidade de expor individualmente “em casa”.