Projeto Triangulo de Cabana Mad para PARQ_77.pdf (parqmag.com)

Paolo Gonzato Busto Arsizio (1975) vive e trabalha em Milão.

Em 2012 começou a ser representado pela galeria APALAZZO, onde em 2023 apresenta uma exposição individual. A sua obra, sempre voltada para a transformação e a marginalidade, trata da dinâmica recessiva e da suspensão. Nesse sentido, desde 2003 cria uma série intitulada OUT OF STOCK, o mais recente BARACCHE. Usando várias médias estendendo o conceito de arte, Gonzato interage igualmente no campo do design e da moda. As suas obras estão presentes em coleções públicas e privadas italianas e internacionais. Participou em projetos de arte e arquitetura da Bienal de Veneza e Berlim, bem como em residências artísticas e workshops em museus e instituições.

CHOPSTICK ,2021, CERÂMICA VIDRADA A OURO 34×30 cm cortesia APALAZZO Gallery

1 ACHAS QUE O FUTURO ESTÁ DE VOLTA?

Sim, o futuro é um passado técnico que volta, já respirei a atmosfera deste novo no início dos anos 2000 que também trazia um desejo de novidade que vem de longe allternando camadas geológicas/culturais. Quem sabe se é uma frescura sincera? Talvez seja apenas a necessidade de renovar a estética de forma cíclica, negando o passado recente para se sentir diferente, melhor. As pessoas tendem a idealizar a estética de seus anos vitoriosos, mas ela voltará ‘e retornará’ esvaziada dos conteúdos que a produziram, retornará como um eco um pouco aborrecido e banal …

2 O MUNDO CRIATIVO É LIBERDADE?

O mundo criativo tem suas próprias regras para cada um de seus submundos, comparado ao mundo do “real” parece quase um paraíso que fala de inclusão, transformação e capacidade de dar pontos de vista inovadores em relação à ideia de periferia, diferença e pensamento populista/nacionalista oposto. No trabalho artístico, o meu momento favorito é o tempo ligado à investigação, o tempo passado no estúdio a trabalhar onde incrivelmente consigo pensar em coisas que me escapam no dia-a-dia. O mundo grita demais, eu gosto de silêncio.

3 SE PUDESSEs PASSAR UM DIA COM UM ARTISTA VIVO OU MORTO, QUEM SERIA E O QUE FARIAm?

Um dia nos anos 80 com Robert Mapplethorpe … … não é uma coisa leve … ..Eu deixaria que me contasse sobre a cena artística LGBTQ e o massacre que a está a afetar, literalmente a apagar uma geração sem que ninguém se importe muito com isso.

Eu posaria para ele travestido, ia aos CLUBS onde tudo era possível e gostaria de o ajudar nos seus kebana, composições florais de tradição japonesa que gostava de retratar. Já ficaria feliz com uma das suas pequenas polaroids de flores desejando-lhe a eternidade que ele merece.

texto de Antonio Littieri

OUT OF STOCK, 2019, COLAGEM EM PAPEL DE EMBRULHO 106 X 32,5 cm, cortezia APALAZZO Gallery