Texto por Jéssica Lima

A exposição “Lugar Infinito” de Filipa Morgado, vai ser inaugurada em dois dias, de forma a respeitar as normas recomendadas pela DGS e garantir segurança a todos os que visitem o local. Pode visitar a exposição no dia 10 de Setembro, através de uma marcação prévia, e dia 11 de Setembro vai estar aberta ao público em geral, das 16h às 21h.

A entrada é gratuita, a organização da exposição pede a todos os visitantes que pretendam ter a experiência completa que levem um par de meias lavadas. A artista afirma que “falar do Lugar Infinito é uma profundidade inaceitável”, tendo em conta que revela tudo o que há na criadora, “como poesia, é navegação interior, cosmografia da alma”, revelou a mesma.

Filipa Morgado descreve a sua exposição como “crises estruturadas, consciências e fragilidades”, o lugar onde “vive o miolo da nudez forte da verdade (…) as entranhas guardam o que a mente tenta esquecer e fugir de ver não foi solução para o desencanto. Lembro-me de fechar os olhos e olhar o mundo às voltas. Infinidade de recordações que me assombram e assolam. Lá do alto, em estado de coma, o lado infinito, o Lugar Infinito, o espaço infinito, – ou qualquer coisa infinita que lhe queiram chamar – reinventa os corpos amputados. É só isto que temos de saber. Existe um lugar que cresce e morre constantemente. Como um soco, uma zona muda que oferece mil opções. Todos os cheiros do mundo, todos os sabores do mundo. Surpreendente. Corajoso. Perigoso. É um Lugar Infinito aqui, onde vivem todos os pássaros que voaram ao longo das minhas viagens. É um lugar mais velho que os passos que dei, mais sábio que a minha consciência, – abraça-me – e é mais livre do que alguma vez sonhei”.

BIOGRAFIA

Filipa Morgado (1988) terminou o mestrado integrado em Arquitetura pela FAUTL em 2014, nesse período teve ainda a oportunidade de estudar um ano em Buenos Aires. Após a conclusão do mestrado viveu e trabalhou durante três anos na Cidade do México, onde criou e liderou projetos de várias dimensões.

Começou a frequentar uma oficina de joalharia, atividade que desenvolve nos seus tempos livres. A paixão pelo espaço levou-a a encontrar, na pintura, uma poesia que carregava e mal se podia revelar. Após uma longa e inspiradora viagem pelo Canadá e Estados Unidos, voltou a Portugal para estudar Cerâmica Criativa nas Caldas da Rainha durante um ano, onde adquiriu ferramentas e desenvolveu novos imaginários, agora a três dimensões. Os seus desenhos e as suas esculturas são o reflexo de um mundo complexo que a habita. Com a arquitetura do tempo e do espaço bem presentes, atualmente dedica-se por completo às artes plásticas. Os seus pensamentos desenvolvem-se entre linhas de várias espessuras, dando diferentes profundidades a uma narrativa que se percorre quase sempre a preto e branco.