O design 3D permitiu-nos criar imagens que de outra forma seriam completamente impossíveis, levando a que os nossos limites sejam constantemente postos à prova. O atelier Six N Five de Barcelona tem sido a prova disso, oferecendo-nos em cada trabalho uma visão espacial das possíveis atmosferas que vão povoar o nosso futuro. As suas composições, por mais fantásticas e futuristas que possam ser, têm sempre um carácter realista. Facilmente as aceitamos como verdadeiras – como se pudessem pertencer ao nosso quotidiano, mesmo que no futuro. Contudo, por detrás desse realismo há um labor técnico árduo que, leva horas e dias a completar. Dizem que na verdade grande parte do seu trabalho é adicionar imperfeições, poeiras e detalhes que possam dar uma sensação mais realista.

Especializados em imagem de produto, os Six N Five têm uma predileção por nos envolver em espaços arquitetónicos elegantes e singulares que nos remetem, algumas vezes, para os quadros de René Magritte. Na verdade, as relações entre a arte e o design têm sido a via que procuram seguir, com o objetivo de alcançar uma maior carga poética e emocional em cada trabalho realizado. Fazer esboçar um sorriso, uma repulsa ou um prazer não é uma tarefa evidente, mas é sempre um objetivo. Já sem terem muito que provar, criaram a primeira linha de mobiliário – um passo tridimensional quase óbvio no seu percurso – depois de tantos anos a imaginar o espaço a que pertenceriam os objetos dos seus clientes. A linha Holo Scandinavian, composta por cadeiras, mesas e sofás é uma homenagem ao design escandinavo que ganha nas mãos dos Six N Five formas exageradas e inesperadas.

O Six N Five studio foi fundado em Buenos Aires por Ezequiel Pini e Andrés Reisinger, mas dado o seu rápido sucesso mudou-se rapidamente para Barcelona. Hoje, todas as grandes marcas querem desenvolver trabalhos com eles, mas estão conscientes de que estar na crista da onda não é para sempre, e em geral leva a um esgotamento de soluções, como aconteceu a muitos. Por isso, deram-se ao luxo de instituir um período Lab no seu estúdio, onde apenas desenvolvem projetos pessoais que são pensados com mais tempo para atingir uma maior maturidade. Acreditam que são essas experiências que podem alimentar a ânsia de novidade dos clientes e garantir um futuro ao estúdio, num panorama de grande concorrência.