Texto por Jéssica Lima
O maior campo de basquetebol de rua da Europa fica no Polidesportivo de São José das Enguardas, em Braga. O polidesportivo foi alvo de uma intervenção de arte urbana pelo artista Contra, que o tornou numa obra de arte. O recinto estará a aberto ao público a partir de 10 de setembro e a sua utilização será totalmente gratuita.
Esta é uma iniciativa promovida pelo Município de Braga, em conjunto com a Hoopers, uma plataforma de comunidade para jogadores e fãs de Basquetebol que cria, agrega e promove campos, conteúdos e produtos.
Este campo, em específico, vai permitir a prática do basquetebol aos Leões das Enguardas- “um dos históricos da modalidade na região- e também fomentar a sua prática informal na região”, afirmou André Costa, fundador da Hoopers.
Transformar o campo e continuar com as medidas predefinidas, não estava nos planos da organização, “para nós, era muito importante realizar uma intervenção com características ainda inexistentes”. Desta forma, emergiu o primeiro campo exclusivo de 3×3 em Portugal, com medidas oficiais da FIBA. André revela que pretendia ainda que o espaço tivesse outras dinâmicas, criando “jogos de 5×5, 4×4 e duas shooting lines”.
O artista português Contra ficou a cargo da tela gigante de 1000 metros quadrados, onde cruzou a arte e o desporto, utilizando a sua palete de cores icónicas e vibrantes, em conjunto com elementos abstratos, geométricos e formas sólidas.
“As pessoas gostam de ver alguém que é um artista de referência a revitalizar um espaço, que também é seu, e o Rodrigo (CONTRA) fez um trabalho notável”, assegurou André Costa.
A inspiração para o design do campo foi Amadeo de Souza-Cardozo, um dos grandes mestres da pintura portuguesa, que afirmava que pretendia: “uma arte viril, poderosa, (…) cultivando o formidável desejo de aventura, a paixão do desporto, a adoração dos músculos, a coragem física e moral.”
As primeiras impressões foram muito positivas, mas André Costa, afirma “o melhor reconhecimento surgiu por parte da comunidade que, desde o arranque dos trabalhos no dia 10 de julho, se mobilizou para ajudar e apoiar o projeto”.
Além do Município de Braga e da Hoopers, este projeto de intervenção contou com apoio da Robbialac, da Repertintas, da Sports Partner e do Instituto Português do Desporto e Juventude.
Plataforma Hoopers
Tudo começou com a ideia de mapear campos de rua e divulgar as suas localizações na plataforma mas nesse processo, o fundador percebeu que muitos desses “espaços se encontravam em mau estado de conservação”. Assim, a plataforma seguiu um movimento que tem vindo a crescer à escala mundial, a transformação dos campos, de forma a torná-los “lugares icónicos para a prática desportiva de basquetebol”.
O processo criativo pertence a cada artista, a Hoopers participa com ideias, ou transmissão de mensagens entre promotores. A escolha dos artistas é realizada pela curadoria, em articulação com os promotores da plataforma.
A seleção dos campos de rua tem em conta alguns fatores, inclusive a “articulação com os promotores do projeto”. André Costa explica que o objetivo da plataforma é “mapear os campos de basquetebol de rua à escala mundial” e torná-los campos inesquecíveis.
“Queremos marcar a nossa atuação pela diferença e a ousadia, e procuramos fazê-lo em todas as dimensões onde atuamos: nas intervenções e ativação de comunidades, nos nossos conteúdos exclusivos e nos produtos que lançamos, sempre com uma coisa em mente: a nossa comunidade”
O fundador André Costa assegura não poder revelar o próximo local de intervenção mas afirma que o público pode continuar a contar com o seu foco “na comunidade e na promoção do basquetebol”.
Saiba mais no site da plataforma, https://www.hoopers.club/