A Drawing Room Lisboa abriu as suas portas na Sociedade Nacional de Belas Artes no dia 26 de outubro. Esta é a sua quinta edição e no essencial é uma feira especializada no desenho contemporâneo. Pode parecer um paradoxo uma feira nacional, especializada no desenho, quando se calhar algo mais alargado faria tb sentido.
Contudo é revelador do interesse que o desenho ganhou na contemporaneidade e o que podemos encontrar é precisamente a expressão atual do desenho e da forma como ele se imiscui em outras disciplinas das artes plásticas. É isso que no essencial vamos encontrar em trabalhos que as vezes serão mais pintura que desenho ou escultura mais que desenho, mas onde o traço do desenho ou a forma de pensar o projeto a partir de uma ideia de desenho se mantém sempre presente.
O Drawing Room merece uma visita para quem procure um panorama geral das ates plásticas em Portugal. Maioritariamente encontramos galerias e artistas plásticos. As galerias nacionas mais relevantes estão presentes e necessariamente os artistas mais relevantes igualmente presentes. De Lisboa destaca-se a 3 mais 1, Bruno Múrias, Filomena Soares, Pedro Cera, Vera Cortês, Carlos Carvalho ou Miguel Nabinho. Além disso, quatro galerias portuenses: Fernando Santos, Presença, Pedro Oliveira e KubikGallery juntam-se à açoriana Fonseca Macedo . Podemos a título de exemplo obras de artistas como José Loureiro, João Louro, Susanne S D Themlitz, António Olaio, Ana Jotta, Pedro Cabrita Reis ou Helena Almeida a par de jovens como Vera Mota, Sara Bichão ou António Neves Nobre.
Este ano a Drawing Room Lisboa 2022, traz como “Foco”,o panorama artístico de Santiago de Compostela, capital da Galiza, cidade histórica e sede de uma interessante dinâmica de arte contemporânea. A curadoria do Foco está nas mãos de Asunta Rodríguez com uma nova abordagem: uma galerista com uma longa e renomada carreira observa o trabalho dos seus colegas e escolhe com eles os artistas e as obras que devem viajar para Lisboa. As galerias selecionadas – além da histórica Trinta – são Metro e Luisa Pita. Cada uma delas mostra o trabalho de três artistas.
Três galerias europeias radicadas em Portugal marcam presença na Drawing Room Lisboa 2022. A primeira a abrir escritório em Lisboa foi a Monitor, que gere outros dois espaços italianos, em Roma e em Pereto, e apresenta-nos os trabalhos de uma conceituada mestre Elisa Montessori, a moçambicana Eugénia Mussa e a jovem portuguesa Maja Escher. Originária de Munique, a galeria Jahn und Jahn junta-se ao projeto Drawing Room, e mostrará dois artistas alemães: Hedwig Eberle e Georg Fuchssteiner. Uma seleção que inclui as americanas Whitney McVeigh e Neha Vedpathak e a brasileira Vanessa Da Silva é a proposta do Encounter Contemporary, com escritórios em Londres e Lisboa.